Índios, quilombolas e pescadores fazem manifestação no Palácio do Planalto

Publicado em 22/11/2016 14:06

Integrantes de comunidades indígenas, pesqueiras e quilombolas e quebradeiras de coco ocuparam há pouco a área externa do Palácio do Planalto para protestar contra o que classificam de “programa neoliberal dos governos” e denunciar o que chamam de “retrocesso nos direitos já conquistados por essas comunidades”.

Os manifestantes criticam projetos em tramitação no Congresso – como o que transfere ao Legislativo a responsabilidade pela homologação de terras indígenas e a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 55, que limita os gastos públicos pelos próximos 20 anos e está em tramitação no Senado – e pedem maior rapidez no processo de demarcação de terras indígenas, quilombolas e de territórios tradicionais pesqueiros.

Eles reivindicam também mais recursos para o Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra), a Fundação Nacional do Índio (Funai) e a Secretaria de Patrimônio da União (SPU). Os manifestantes querem ainda o retorno do Ministério do Desenvolvimento Agrário e maior autonomia e protagonismo das comunidades nos processos de gestão e fiscalização de territórios e áreas de preservação.

Há pouco, uma representante da Secretaria de Governo da Presidência recebeu o documento com as reivindicações das comunidades. Os manifestantes, entretanto, ainda esperam para ser recebidos por alguma autoridade.

Entre as etnias que participam do movimento estão Pataxó, Kayngang, Kanela, Guarani, Avá, Krikati, Gavião e Tumbalalá. No momento, eles cantam e fazem danças tradicionais.

O Palácio do Planalto afirmou que, a princípio, não vai se pronunciar a respeito da manifestação.

Com promessa de reunião, índios desocupam Palácio do Planalto

Os indígenas e quilombolas que ocupavam até o início da tarde de hoje (22) o Palácio do Planalto serão recebidos por representantes do governo para apresentar suas demandas. Esse foi o acordo para que eles deixassem a área externa do Planalto, onde protestavam desde a manhã desta terça-feira.

Às 16h, eles vão se reunir no anexo do prédio com os ministros da Casa Civil, Eliseu Padilha, da Justiça, Alexandre de Moraes, e da Secretaria de Governo, Geddel Vieira Lima. Com roupas e instrumentos tradicionais, os membros de diferentes etnias são críticos a projetos em tramitação no Congresso como a PEC do Teto dos Gastos Públicos e a proposta que transfere ao Legislativo a demarcação de terras indígenas.

*Colaborou Pedro Peduzzi

Fonte: Agência Brasil

NOTÍCIAS RELACIONADAS

FPA: Explosões de conflitos durante recesso branco do Congresso expõem fragilidade da segurança jurídica no Brasil
Comitiva federal visita áreas de conflitos indígenas em MS
"Ameaça" à lei do Marco Temporal faz invasões a propriedades rurais se intensificarem no Brasil
Governo federal vai mediar conflitos indígenas em MS e no PR
Ministro Fachin reafirma que marco temporal é inconstitucional
CCJ do Senado adia votação da PEC do marco temporal de áreas indígenas