Produtores do ES pedem revisão de limites do Parque do Caparaó
Produtores rurais do Espírito Santo brigam na Justiça pela revisão de limites do Parque do Caparaó. Com a promessa de indenização, dezenas de agricultores deixaram suas terras, pela imposição de uma lei que aumentou os limites do paque. Os terrenos não foram pagos pelo governo.
O aposentado Gervásio Host Heringer, de 77 anos, olha com tristeza para a foto da casa simples que deixou, há mais de 14 anos, em meio a uma propriedade rural de 25 hectares em São João do Príncipe, interior de Iúna.
O problema dos proprietários nas terras capixabas do parque é antigo. Em 1997, uma nova delimitação do Parque Nacional do Caparaó passou a vigorar por meio de um decreto, assinado pelo então presidente Fernando Henrique Cardoso. Com isso, ao invés de ter 26 mil hectares, o parque ampliou para 31.800 hectares.
Na época, contam os produtores, pouco mais de 400 propriedades cederam terras para o governo federal. Porém, muitos são os que até hoje não receberam qualquer indenização e tiveram suas produções reduzidas, para não invadir a área do parque, ou abandonar o campo com toda a família.
“Saí de lá há mais de 14 anos. Me proibiram de ficar na minha terra. Na época, nem aposentado eu era e tive que ir morar em outro lugar. Fizeram um levantamento de tudo o que eu tinha, disseram que em três meses iriam me pagar e até hoje nada. O que resta hoje é solidão. Passarinho que tinham lá, não tem mais. Nem palmito. Perdi tudo que tinha”, conta o aposentado Gervásio Host Heringer.
Outro exemplo é o caso do cafeicultor José Gomes, que ainda espera receber a indenização prometida. Em uma propriedade em Iúna, ele possuía 47 hectares com 20 mil pés de café.
“Não somos contra a demarcação ou o meio ambiente. Queremos Justiça, pois não podemos ficar prejudicados”, afirma.
Até hoje, os critérios que redefiniram a área geram polêmica, pois segundo os produtores aconteceu de forma aleatória e baseada em cartografia.
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