Índios e produtores rurais temem novos conflitos em Caarapó (MS)
O clima é de aparente tranquilidade na área indígena Dourados-Amambaipeguá 1 dois dias depois do confronto entre índios e produtores rurais, na última segunda-feira (11), quando três indígenas ficaram feridos. O G1 esteve na região nesta quarta-feira (13), durante patrulha de rotina da Força Nacional. Apesar da calmaria, tanto indígenas quanto fazendeiros estão com medo de novos conflitos.
As equipes estão na região há quase um mês, desde que o agente de saúde indígena Clodiode Aquileu Rodrigues de Souza, de 26 anos, foi morto a tiros durante a retomada da fazenda Yvu por produtores rurais. O local havia sido ocupado por indígenas dias antes.
O confronto mais recente aconteceu na noite de segunda-feira. Indígenas dizem que dançavam quando um trator com uma pá carregadeira e uma caminhonete se aproximaram e os ocupantes atiraram. Dois adolescentes e um jovem foram baleados.
Na mesma noite, um sítio foi atacado por indígenas, segundo os moradores da propriedade. As janelas foram apedrejadas e os vidros quebrados. “Era 22h. Nem eu sei o que aconteceu, para falar a verdade. Eu estava dormindo e acordei com o barulho dos tiros. Quando nós abrimos a janela para olhar tinha um trator passando e dois carros, olhamos para trás e vinham os índios passando. Pegamos as crianças dormindo, meu sogro e saímos”, contou Adriana Pateis França Marques. Ela e o marido moram no local há 17 anos e dizem que nunca tiveram problema com indígenas vizinhos.
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