Questão indígena: Em nota oficial, o Sindicato Rural de Caarapó (MS) contesta as notícias sobre o conflito
Em nota à imprensa, o Sindicato Rural de Caarapó, por meio de sua diretoria, lamenta a distorção dos fatos apresentados pela mídia local, regional -- e até mesmo pelos principais meios de comunicação do País --, nas notícias envolvendo produtores filiados à entidade daquele município.
-- "Entendemos que a mídia desempenha um importante papel social, todavia, no caso em questão, não houve imparcialidade", diz a diretoria do sindicato de Caarapó.
O Sindicato Rural desconhece que houve conflito entre indígenas e produtores rurais em Caarapó nesta terça-feira (14). Não tem conhecimento também de que o “conflito” deixou o saldo de um índio morto e cinco vítimas internadas como sendo "vítimas de produtores".
O Sindicato afirma ter tomado conhecimento (por meio do proprietário da fazenda Ivú - Nelson Buanin -) que, no domingo (13), por volta das 20h, um de seus funcionários haviam sido rendido pelos índios. Na segunda-feira, Nelson Buanin locomoveu-se de Campo Grande onde mora, para sua propriedade -- que é vizinha da reserva Tey’Kuê.
Ao chegar a Caarapó, Nelson pediu apoio a alguns produtores, no intuito os mobilizarem a ir para sua propriedade – a intenção era inibir a presença dos poucos índios que haviam na fazenda”, disse Buanin.
O Sindicato Rural ainda afirma que nenhum membro da diretoria participou desta mobilização e não coordenou nenhum ato. A ação de defesa e apoio ao companheiro (Nelson) foi um ato voluntário.
Quanto ao suposto assassinato, o Sindicato Rural até a data da publicação desta nota, não foi notificado sobre disparos de arma de fogo na propriedade rural Ivú. Desta forma, lamenta também a culpabilidade de um crime sem autoria.
Quanto ao vídeo que circula na mídia, o Sindicato Rural foi informado que os produtores com medo de retaliação ou reação por parte dos índios – utilizaram fogos de artificios para dispersá-los.
No momento, o resultado e fatos concretos são: uma carreta (com uma colheitadeira na prancha) inteiramente queimada, uma viatura policial destruída (queimada) três policiais militares torturados e a invasão de quatro propriedades no entorno da aldeia, onde os proprietários e moradores tiveram que sair corridos, perseguidos pelos indígenas.
Por fim, lamentamos ainda o clima de tensão, uma vez que os produtores dessa região sempre tiveram bom relacionamento e boa convivência com os indígenas – inclusive, são doadores de gado para as festas tradicionais indígenas que acontecem na reserva.
Caarapó-MS 25 de junho de 2016 (16h40)