Os corpos dos jovens juinenses Genes Moreira dos Santos Júnior (24) e Marciano Cardoso Mendes (25), um morto a tiros e outro a pauladas por indígenas da etnia Enawenê-nawê, na semana passada, foram sepultados por volta do meio dia deste domingo (13), na cidade de Juína.
Os caixões seguiram em cortejo fúnebre em cima do caminhão do Corpo de Bombeiros até o cemitério municipal, acompanhados por uma quantidade enorme de carros e motocicletas.
Muita comoção marcou o trajeto e por onde passou, muitas famílias saíram de suas casas para se despedirem com aceno e cobrança por justiça.
Amigos e familiares agradeceram a todos que se empenharam pela localização dos corpos que estavam desaparecidos desde a quarta-feira, dia 9, quando foram assassinados numa região de mata fechada na BR 174 entre os municípios de Juína (MT) e Vilhena (RO).
Somente na tarde deste sábado, dia 12, é que os corpos foram localizados e trazidos para Juína pela Polícia Federal.
A morte desses dois jovens já é considerada como o mais alto nível de truculência dos indígenas Enawenê-nawê no município de Juína. Agora, a ânsia maior de toda a sociedade é que justiça seja feita.
CONFLITO INDIGENA NO MT: Corpos de jovens assassinados por indígenas estão no IML de Juína
Por Dorjival Silva, Gazeta do Nordeste
Os corpos dos amigos Genes Moreira dos Santos Júnior (24) e Marciano Cardoso Mendes (25), ambos moradores do bairro São José Operário da cidade de Juína, noroeste de Mato Grosso, foram entregues na tarde deste sábado (12.12) as autoridades policiais. Eles estavam desaparecidos desde quarta-feira (9), quando foram sequestrados e mortos por índios da etnia Enawenê-nawê, numa região de mata fechada na BR-174 entre os municípios de Juína (MT) e Vilhena (RO).
Depois de prestarem depoimentos a Polícia Federal, na última sexta-feira, os indígenas se comprometeram a entregar os corpos das vítimas até às 12h deste sábado. Por volta das 11h, o líder indígena Dodoay entrou em contato por telefone informando que havia encontrado os rapazes mortos e que a polícia poderia buscá-los.
Um comboio foi formado e um forte aparato de segurança saiu de Juína com destino ao local onde estariam os índios e os corpos na BR-174 para realização do translado.
Além da Polícia Federal, estiveram no comboio, Policiais Militares da Força Tática, Policiais do Serviço de Inteligência da PM, Polícia Judiciária Civil, Politec, uma viatura da Funerária e imprensa local.
Os corpos dos jovens estavam enrolados em uma lona preta e foi permitido apenas a aproximação da Polícia Federal, Politec e Funerária.
Depois de entregues, todos retornaram para o município de Juína e os policiais decidiram utilizar outra rota devido à manifestação de familiares e amigos que acontecia na entrada da cidade, onde foram obstruídas a BR-174 e MT-170.
Apesar dos índios terem negado o assassinato dos jovens, há uma testemunha ocular do crime, um funcionário da Funai que deverá prestar depoimentos a PF.
Em entrevista, o delegado da Polícia Federal, Hércules Ferreira Sodré, que está à frente das investigações, informou que pelo menos dois índios já foram identificados como autores do duplo homicídio e que nos próximos dias após a conclusão do inquérito policial irá representar pela prisão preventiva dos autores.
Ele ainda confirmou que realmente um funcionário da Funai presenciou a morte de um dos jovens que foi morto a tiros no meio da BR. O delegado acredita que a outra vítima pode ter sido morta com objeto contundente, possivelmente pauladas, mas somente o médico legista poderá confirmar essa informação.
Os corpos estão no Instituto Médico Legal de Juína (IML) para realização do exame de necropsia, e após serão liberados para os familiares, onde serão velados juntos no Ginásio Municipal da cidade.
O ‘ranço’ entre indígenas e brancos na cidade de Juína, depois dessa situação, tende a crescer.
CONFLITO INDÍGENA NO PR: Na terça-feira agricultores de Laranjeiras (sudoeste do PR) foram expulsos de suas casas
A tensão entre índios e agricultores nas comunidades de Passo Liso e Boa Vista, em Laranjeiras do Sul, Centro-Oeste, tem se acentuado desde o último fim de semana. Na tarde da terça-feira (8) dezenas de índios passaram por propriedades rurais e estabeleceram prazos para que as famílias deixassem suas terras. Eles reivindicam áreas de várias propriedades que estão sendo questionadas judicialmente.
O fazendeiro Otomar Civa conta que muitos proprietários fugiram e abandonaram suas casas. “Eu vi muito desespero, vi lágrimas escorrendo em homens de 50 anos”, relata. Segundo ele, os índios disseram que se as famílias não deixassem suas casas até as 16 horas, eles iriam expulsar os moradores e ameaçaram atear fogo em imóveis. “Tem famílias escondidas no meio do mato”, relata. Os índios usam troncos de árvores para bloquear o acesso às propriedades. Civa, que possui uma propriedade em Passo Liso desde 1980, conta que três casas foram invadidas pelos indígenas.
De acordo com informações da Polícia Militar, moradores da comunidade procuraram a companhia para denunciar as ameaças. Também houve registros de boletins na Polícia Civil que comunicou a Polícia Federal em Guarapuava sobre o clima tenso. Na noite de sábado (5), mais de cem índios ocuparam uma propriedade rural e fizeram uma família refém. A Polícia Militar foi acionada e se dirigiu até o local com três equipes. Na metade do caminho, os policiais avistaram um índio armado com uma espingarda e prenderam o indígena. A prisão, no entanto, revoltou os demais índios que fizeram um soldado refém e danificaram os três carros da polícia. Depois de muita tensão, o policial foi liberado.
O Conselho Comunitário de Segurança de Laranjeiras do Sul divulgou nota repudiando a ação dos índios. “O Conseg classifica a ação dos indígenas, centenas deles, incitados por suas lideranças, como atos de terrorismo e barbárie, os quais repudiamos publicamente, pois atenta contra as regras mais elementares da civilidade e do estado democrático de direito”, diz a nota.
(Com informações deGazeta do Povo) (Com fotos de Rádio Educadora 1120 AM/Nova Cantu).
G1 PR: Sob ameaças de índios, agricultores abandonam propriedades no Paraná
Famílias de agricultores de Laranjeiras do Sul, na região central do Paraná, deixaram suas casas na tarde de terça-feira (8). De acordo com os moradores, eles foram expulsos por índios das etnias Guarani e Kaingang que reivindicam terras.
Os produtores rurais afirmam que são pelo menos 100 famílias expulsas. As terras reivindicadas pelos índios ficam na localidade de Passo Liso, na área rural de Laranjeiras do Sul. Segundo a Polícia Militar (PM), cerca de 250 indígenas de outras aldeias foram para a região; somados aos que vivem por ali, são mais de 400 índios no local.
Conforme a PM, eles fecharam estradas e alguns agricultores foram até mesmo espancados. Os índios também deram um prazo para que as famílias deixem as propriedades rurais, ainda segundo informações da polícia.
No sábado (5), um grupo de índios fez um policial refém e danificou três viaturas da PMquando os policiais tentaram entrar na área dominada. A denúncia era a de que havia uma família de agricultores refém no local. Quando a polícia prendeu um dos índios, os outros usaram paus a pedras para quebrar os veículos.
A PM informou que a segurança do local é de responsabilidade da Polícia Federal.