Deputada apresenta requerimento para abertura da CPI do Cimi na Assembleia Legislativa em MS
A deputada estadual Mara Caseiro (PT do B) apresentou nesta terça-feira (1º) requerimento para abertura da CPI do Cimi (Conselho Indigenista Missionário), que teria como objetivo investigar possíveis incitações a invasões e até mesmo denúncias de pessoas que se dizem ligadas ao movimento com desvio de recursos que deveriam ser destinados às aldeias indígenas no Estado.
Apesar de este ser o foco da CPI, ruralistas que são flagrados em atos de incitação à violência. Um deles procurou uma rádio em Antônio João, na última semana, para emitir um alarme falso de que os índios estariam comprando gasolina para atear fogo nas casas dos moradores.
Outro publicou imagens de tratores incendiados, culpando os índios pela ação. As imagens eram do Paraguai e nada tinham a ver com as retomadas de terras em Antônio João, onde as sedes das fazendas estão preservadas e nenhum animal foi morto, conforme constatado pela equipe de reportagem, apesar dos índios estarem sem comida e temendo represálias para buscar alimento na cidade.
Na Assembleia, basta que um terço dos deputados (que são 24) assine para que a abertura seja proposta. Além dela, Zé Teixeira (DEM), Takimoto (PDT), Paulo Correa (PR), Eduardo Rocha (PMDB), Márcio Fernandes (PT do B), Lídio Lopes (PEN), Maurício Picarelli (PMDB) assinaram pela abertura.
A parlamentar afirma ser católica e diz que não quer investigar a igreja, mas sim pessoas que usariam o nome do Conselho para incitar “a guerra”. “Temos que proteger o direito de propriedade”. Antes de começar a sessão, uma reunião foi feita para discutir o tema.
Revoltado com a proposição, João Grandão (PT) deixou o encontro afirmando que a CPI só incitaria mais ódio contra os índios.
O fazendeiro e ex-deputado Ricardo Bacha esteve na sessão desta terça para apoiar o pedido de abertura da CPI. “Temos nós que resolver este problema. O governo federal não vai resolver nada. Estou há dois anos sem entrar na minha fazenda”.
Bacha é proprietário da Fazenda Buriti, em Sidrolândia, onde fica a Terra Indígena Buriti, reconhecida pela Funai, mas não homologada pelo Ministério da Justiça. Foi lá que morreu o indígena Oziel Gabriel, em maio de 2013, durante reintegração de posse.
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