OCDE reduz projeções de crescimento para EUA, Alemanha e Itália

Publicado em 08/09/2011 12:16
A Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico (OCDE) reduziu suas projeções de crescimento para alguns países este ano e fez pressão para que os bancos centrais intervenham caso a debilidade persista ou haja sinais de recessão.

De acordo com a OCDE, o PIB da Alemanha deverá contrair-se 1,4% no quarto trimestre em comparação com igual período do ano passado, levando a média ponderada do PIB das três maiores economias da zona do euro para um recuo de 0,4%.

Para a Itália, a OCDE projeta recuo de 0,1% do PIB no terceiro trimestre, em base anual, antes de voltar a crescer 0,1% no quarto. “O crescimento deve ser muito mais lento do que imaginávamos há três meses e, tendo em vista a incerteza elevada, o risco de um período de contração econômica à frente subiu”, disse o economista-chefe da OCDE, Pier Carlo Padoan.

As projeções da Organização para o PIB dos EUA também recuaram, para altas de 1,1% no terceiro trimestre e 0,4% no quarto; no final de maio, eram de expansões de 2,9% e 3%, respectivamente, em termos anualizados.

Padoan disse à agência Dow Jones que a OCDE não prevê uma recessão da magnitude que foi vista em 2008 e 2009, mas as contrações prolongadas em alguns países podem prejudicar a confiança, que por sua vez corre o risco de pesar sobre a perspectiva de expansão no médio prazo.

Padoan disse também que o grupo dos sete países mais ricos do mundo pode causar um impacto sobre esse quadro e que um pedido por uma ação combinada ou pelo menos o preparo para agir podem ajudar a estimular a confiança, especialmente se a ação concertada estender-se para o G-20.

A OCDE disse ainda que o ônus da resposta à desaceleração recai sobre os bancos centrais. “As taxas de juros na maior parte dos países da OCDE devem ser mantidas. Se nos próximos meses aparecerem sinais de enfraquecimento ou riscos de recessão, as taxas devem ser reduzidas onde houver espaço”, disse a Organização.

Os governos, por sua vez, possuem menos margem de manobra. A OCDE destacou que é essencial que os países adotem medidas para reduzir a dívida e que outros tenham de fato de apertar a política fiscal apesar da debilidade cíclica da economia.

A Organização disse ainda que a crise de dívidas soberanas da zona do euro pode intensificar-se novamente a qualquer momento. A segunda etapa de ajuda à Grécia e mudanças no mecanismo de estabilidade do bloco acordadas em 21 de julho devem ser rapidamente implementadas, defende a OCDE, e o capital dos bancos deve ser fortalecido por causa de sua exposição a países da zona do euro em crise fiscal.

Fonte: Valor Online

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