Deputado Mendes Ribeiro vai assumir Ministério da Agricultura

Publicado em 18/08/2011 07:36 e atualizado em 18/08/2011 11:01
Valdir Raupp relatou que informação foi dada pelo vice Michel Temer. Nome de deputado surgiu em reunião de líderes do partido.
O presidente do PMDB, senador Valdir Raupp (RO), afirmou ao G1 no início da madrugada desta quinta (18) que a presidente Dilma Rousseff aceitou a indicação do deputado federal Mendes Ribeiro (PMDB-RS), atual líder do governo no Congresso, para ministro da Agricultura no lugar do também peemedebista Wagner Rossi, que pediu demissão nesta quarta (17).

Segundo Raupp, o vice-presidente Michel Temer (PMDB) comunicou a decisão a um grupo de líderanças do partido que se reuniu na noite de quarta, após o anúncio da demissão de Rossi, para discutir o nome do substituto a ser oferecido à presidente. Ele disse que Mendes Ribeiro será oficialmente anunciado como ministro nesta quinta e tomará posse na segunda (22) ou na terça (23).

Raupp participou da reunião, no Palácio do Jaburu, residência oficial do vice-presidente. Também estavam presentes ao encontro o líder do partido na Câmara, deputado Henrique Eduardo Alves (RN) e o próprio Mendes Ribeiro.

Se Mendes Ribeiro se tornar ministro, a vaga que ele deixará na Câmara será ocupada pelo suplente Eliseu Padilha (PMDB-RS), ex-ministro dos Transportes. Segundo Raupp, Padilha, que teria divergências com o governo, vai se integrar à base aliada.

Antes da decisão da cúpula, o PMDB trabalhava, segundo Michel Temer, com quatro nomes para o Ministério da Agricultura. “O novo ministro terá de ser ficha limpa, como Rossi”, disse o vice.

Wagner Rossi pediu demissão após semanas consecutivas de denúncias de irregularidades na pasta que comandava. A mais recente, nesta terça, dava conta do uso pelo ministro de um jatinho de uma empresa do ramo agropecuário.

A carta de demissão foi publicada no site do ministério. No texto, Rossi agradeceu a "confiança" que recebeu da presidente Dilma Rousseff e classificou de "mentiras" as denúncias contra ele. Disse que teve familiares e amigos atacados. "Minha família é meu limite. Aos amigos tudo, menos a honra", afirmou.

O G1 apurou que antes de conversar com a presidente Dilma Rousseff, Wagner Rossi, filiado ao PMDB, informou pessoalmente o vice Temer da decisão. Depois, ele se reuniu com a presidente, por volta das 18h40, e entregou a carta de demissão.


NA VEJA.COM.BR:

Deputado Mendes Ribeiro é o novo ministro da Agricultura

Indicado pelo PMDB, nome será anunciado oficialmente por Dilma nesta quinta

Adriana Caitano

Deputado federal Mendes Ribeiro (PMDB-RS) assumirá pasta da Agricultura (Brizza Cavalcante/Agência Câmara)

Lideranças do PMDB confirmam que o líder do governo no Congresso, Mendes Ribeiro Filho (PMDB-RS), será o novo ministro da Agricultura. Seu nome foi definido durante reunião entre o vice-presidente, Michel Temer, e outros líderes do partido – Renan Calheiros, Henrique Eduardo Alves e Valdir Raupp. A certeza veio mais tarde, após conversa por telefone de Temer com a presidente Dilma Rousseff, que deve anunciar o escolhido oficialmente somente nesta quinta-feira.

Após insistir em permanecer no cargo, mesmo após ter seu nome envolvido em uma série de escândalos, o ex-ministro Wagner Rossi entregou sua carta de demissão para a presidente Dilma no início da noite de quarta. Rossi procurou Michel Temer, seu padrinho no governo, para acompanhá-lo no encontro com a presidente. “Ela insistiu muitíssimo para que ele permanecesse, salientando que ele é um dos melhores ministros do governo”, comentou Temer. 

O apelo, porém, foi em vão. Dilma então pediu ao vice que um nome indicado pelo PMDB fosse apresentado até, no máximo, a manhã de quinta, já que a pasta faz parte da cota do partido. Os peemedebistas preferiram se apressar.

A escolha de Mendes Ribeiro deixa em aberto uma vaga complicada de ser preenchida. Ele só foi escolhido para ser o líder do governo no Congresso em julho, após meses de negociação. O deputado é formado em Direito e exerce seu quarto mandato na Câmara dos Deputados. Também já foi deputado estadual e secretário de Justiça do Rio Grande do Sul.

Corrupção - O ministro da Agricultura, Wagner Rossi, pediu demissão na noite desta quarta-feira após um mês de denúncias de corrupção no ministério que ocupava. Reportagens sucessivas de VEJA revelaram desmandos na pasta comandada pelo peemedebista e mostraram os escândalos que se acumulam em sua trajetória. Em carta enviada à presidente Dilma Rousseff, Rossi procurou defender sua reputação, enumerando feitos à frente da pasta, e pediu demissão em caráter irrevogável. O Palácio do Planalto ainda não se pronunciou sobre a saída do ministro.

Wagner Rossi é o quarto auxiliar do primeiro escalão de Dilma Rousseff a cair, em sete meses de governo. Antes dele foram defenestrados do centro do poder Antonio Palocci, da Casa Civil. por não conseguir explicar um espantoso salto patrimonial; Alfredo Nascimento, dos Transportes, por ser conivente com um esquema de corrupção, mostrado em reportagem de VEJA; e Nelson Jobim, da Defesa, por criticar publicamente o governo.


Lideranças da agricultura mostram otimismo com confirmação de Mendes Ribeiro Filho

Deputado federal à frente do Ministério da Agricultura é visto com bons olhos pelos líderes rurais do Rio Grande do Sul a 10 dias da abertura da Expointer

A 10 dias da abertura da Expointer, se a demissão do ministro Wagner Rossi não causou surpresa no meio rural do Rio Grande do Sul depois de três semanas sob os holofotes de denúncias, a expectativa é sobre a continuidade da política de governo para o agronegócio. O nome do deputado Mendes Ribeiro Filho (PMDB-RS), considerado o mais cotado para comandar a pasta já no final da noite dessa quarta, dia 17, foi bem avaliado antes mesmo da sua confirmação no ministério no início da madrugada desta quinta.

– O deputado Mendes Ribeiro é uma pessoa vinculada, embora não ostensivamente, ao setor. Ele se faz presente e conhece o assunto. Logicamente, o ministro depende das assessorias que tiver para tocar os processos – afirmou nessa quarta à noite, o presidente da Federação da Agricultura do Estado (Farsul), Carlos Sperotto, antes da confirmação do novo titular.

– Eu diria que ele é um bom nome. Teria o apoio integral da nossa entidade – acrescentou.

Segundo Sperotto, a instabilidade gerada neste período de proximidade da feira, antes inclusive da queda de Rossi, não traz preocupação ao setor, já que a política para o agronegócio do governo federal não deve ser alterada.

– O quadro que se formou em torno de Rossi indicava esse desfecho. Mas, até prova em contrário, a pessoa do ministro continua com a mesma credibilidade com o setor primário gaúcho – opinou Sperotto.

Além disso, a presença de José Gerardo Fontelles, um técnico, como secretário-executivo do ministério também tranquiliza o setor. Ele assumiu com a saída do braço direito de Rossi, Milton Ortolan, que pediu demissão em 6 de agosto. Com mais de 40 anos de serviço público federal, o engenheiro agrônomo Fontelles fora secretário entre maio de 2009 e março de 2011 e exerceu diversos cargos no Ministério da Agricultura.

Para o tesoureiro-geral da Federação dos Trabalhadores na Agricultura do Rio Grande do Sul (Fetag), Sérgio de Miranda, a escolha de Mendes Ribeiro pode ser interessante, principalmente aos agricultores do Rio Grande do Sul:

– O fato do Mendes ser do Rio Grande do Sul e de ele saber da força que a agricultura familiar tem aqui pode ajudá-lo. Embora tenhamos menos contato com esse ministério, vamos torcer para que dê certo.

Apreensão dos arrozeiros

O presidente da Federação das Associações de Arrozeiros do Rio Grande do Sul (Federarroz), Renato da Rocha, analisou, porém, que a instabilidade política no ministério nos últimos dias coincidiu com um momento ruim.

– Estamos em plena recuperação de um ano que foi muito ruim e planejando a próxima safra, isso durante a execução de um pacote de medidas federais para o setor. Nosso temor é de que a crise política desvie o foco do debate sobre a importância das cadeias produtivas. Vamos acompanhar essa mudança com apreensão – disse Rocha.

O setor arrozeiro registrou um ano dramático, com a cotação do cereal caindo abaixo de R$ 18 – o preço mínimo garantido pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) é de R$ 25.

Segundo o dirigente, a atuação do ministro Wagner Rossi e de sua equipe técnica foi fundamental para a recuperação do setor. Rocha disse esperar que o sucessor de Rossi mantenha a capacidade de ouvir os produtores e que conclua a aplicação das medidas de apoio aos arrozeiros.

Fonte: G1 + VEJA + Canal Rural

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