Calote da Grécia levaria a "severa volatilidade no mercado", diz Fitch
O default grego também poderia pressionar dívidas soberanas, o financiamento de bancos e a liquidez como um todo. "O risco de contágio da dívida soberana de outros países da zona do euro também vulneráveis é material", considera a agência, que emitiu um comunicado esta manhã sobre a perspectiva global de créditos soberanos.
"A resolução da crise na Grécia é, portanto, necessária, apesar de não ser a única condição suficiente para previnir um risco sistêmico mais amplo à zona do euro", disse a Fitch.
De acordo com a agência, o ambiente de concessão de crédito em todo o mundo continua dominado por temas macroeconômicos e questões relativas ao crédito soberano, que englobam desde pacotes de resgate a países até aumento de limites para endividamento, em clara referência ao contexto de impasse político nos Estados Unidos sobre o assunto.
"Os mercados estão focados em um conjunto excepcional de eventos que afetam a confiança, portanto a questão é se esses pontos importantes serão resolvidos antes que as tendências positivas sejam revertidas", disse John Olert, chefe do segmento de crédito da Fitch.
As perspectivas de rating soberanos dados pela empresa continuaram a se estabilizar, com somente 7% dos ratings com perspectiva negativa - ante percentual de 18% no terceiro trimestre de 2009.
Apesar desse fator, a agência explica que o rating soberano de alguns países, principalmente aqueles periféricos da zona do euro, estão hoje com classificação abaixo de antes do do momento pré-crise.
"Os problemas nestes países têm um efeito debilitante nos seus governos locais e regionais, respectivamente, que estão sendo espremidos entre redução de financiamento por parte do Estado e menor recolhimento de impostos e outros tipos de receitas", diz o comunicado.