Cota Hilton: Abiec insiste em alteração e reitera intenção de ir à OMC

Publicado em 16/06/2011 07:18
O diretor-executivo da Associação Brasileira da Indústria de Carnes (Abiec), Fernando Sampaio, rejeitou a alegação da União Europeia de que não há muitos produtores brasileiros interessados na utilização da cota Hilton. "Mercado a gente quer e o mercado está lá, mas nas condições impostas [pela UE], fica difícil alguém se interessar", afirmou Sampaio.
Ele se referia à exigência europeia de que os cortes bovinos vendidos dentro da cota Hilton sejam provenientes apenas de animais rastreados desde a desmama (10 meses de vida) e que sejam alimentados só a pasto, sem nenhum tipo de suplementação a partir dessa idade.

Nas discussões com a União Europeia, desde o fim de 2010, os representantes do governo brasileiro têm defendido a alteração da definição da Cota Hilton para o Brasil. O objetivo é desvincular o conceito de carne bovina de alta qualidade do processo de alimentação dos animais.

De acordo com Sampaio, os europeus sugeriram, como saída para a questão da suplementação, que os produtores brasileiros utilizem apenas produtos não processados como suplementação, tais como cana e silagem. Processados como farelo de soja, usados pelos pecuaristas brasileiros para a engorda dos animais no confinamento, não seriam permitidos.

Além disso, a UE sugeriu a definição do período do ano em que esses suplementos poderiam ser usados na alimentação. "Não concordamos com isso porque engessaria ainda mais", afirma o diretor-executivo. "Essa flexibilização que estão propondo não resolve o problema", acrescenta.

Segundo ele, o setor seguirá buscando uma mudança que permita tornar as exportações de carne na Cota Hilton atraentes. "Vamos fazer mais uma tentativa". Reafirmou que a alternativa de ir à Organização Mundial do Comércio (OMC) contra a UE por conta das exigências continua na mesa.
Fonte: Valor Econômico

NOTÍCIAS RELACIONADAS

Dow Jones atinge recorde de fechamento após dados econômicos favoráveis dos EUA
Dólar à vista fecha em alta pela 5ª sessão apesar de intervenções do BC
Ibovespa tem melhor mês do ano com expectativa sobre juros nos EUA
Taxas longas de juros futuros disparam com temor fiscal após alta da dívida bruta no Brasil
S&P fecha em alta após dados econômicos favoráveis dos EUA
Desemprego baixo não provoca "inflação grande" em serviços, mas preocupa, diz Campos Neto