Adesão de produtores ao MT Legal é afetada por indefinição do Código

Publicado em 12/05/2011 17:23
Programa propõe regularização ambiental em Mato Grosso.
Enquanto a votação para o novo Código Florestal não ocorre, produtores rurais de Mato Grosso temem os reflexos que a demora para a aprovação pode provocar na atividade agrícola. O setor está apreensivo com a aproximação do fim do prazo para averbação da reserva legal. Outra consequência é a baixa adesão ao programa MT Legal, que propõe a regularização ambiental no Estado.

Dos 90 milhões de hectares que formam Mato Grosso, pelo menos 71 milhões correspondem a áreas particulares. Este terreno está divido entre 153 mil propriedades rurais. De acordo com a Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de Mato Grosso (Famato), com a indefinição sobre o Código Florestal, quase 90% delas vão estar sujeitas a multas a partir do dia 11 de junho, quando vence o prazo para que as áreas de reserva legal sejam averbadas. Um motivo de preocupação a mais para o setor que já está frustrado.

– O setor está insatisfeito com tantas prorrogações e com a aproximação do dia 11 de junho os produtores continuam trabalhando com insegurança jurídica, que isso não pode acontecer – declara o presidente da Famato, Rui Prado.

Enquanto o acordo sobre o Código Florestal parece distante, uma alternativa para os produtores evitarem punições a partir de junho é aderir ao MT Legal. O programa foi lançado em 2009 e prevê a regularização ambiental das propriedades. O Processo é feito em etapas e o produtor se compromete através de um termo de ajustamento de conduta a recuperar o passivo ambiental.

O programa, no entanto, ainda não atraiu muitos adeptos. O produtor rural José Guarino tem fazendas nos municípios de Sapezal e Campos de Júlio. Ele, possui 20% de matas preservadas, mas pela atual legislação, a reserva legal teria que corresponder a 35% das áreas das propriedades. O agricultor espera a definição do novo Código Florestal antes de aderir ao MT Legal.

– É arriscado assinar um Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) com a Justiça, sendo que este TAC tem validade e o produtor tem prazo para recompor a área estabelecida no documento. Como há muita indefinição sobre o novo Código Florestal, podemos ficar no prejuízo – diz o produtor.

Até o início do ano, menos de 7% das propriedades rurais estavam cadastradas no programa. A Secretaria de Meio Ambiente admite que as incertezas sobre o Código Florestal contribuem para a baixa adesão, mas reforça que não há motivos para isso.

– Caso o Código altere as exigências, o produtor terá que recuperar apenas o que prevê a legislação brasileira – esclarece o secretário adjunto de Mudanças Climáticas da Secretaria de Meio Ambiente de Mato Grosso, Júlio Bachega.

A Famato orienta os produtores a analisarem bem cada situação antes de decidir se esperam, ou não, o fim dos debates sobre a proposta do deputado Aldo Rebelo e garante que o setor não vai cruzar os braços enquanto o Congresso define o futuro da agropecuária do Brasil.

– Os produtores devem se organizar para nova mobilização. Ocódigo ficar como está – alerta Rui Prado.

Fonte: Canal Rural

NOTÍCIAS RELACIONADAS

Cerca de 80 países chegam a acordo sobre comércio eletrônico, mas sem apoio dos EUA
Brasil terá bandeira verde para tarifa de energia em agosto, diz Aneel
Wall Street termina em alta com apoio de dados de inflação e ações de tecnologia
Ibovespa avança mais de 1% impulsionado por Vale e quase zera perda na semana; Usiminas desaba
Dólar acumula alta de quase 1% na semana em que real foi pressionado pelo iene
Podcast Foco no Agronegócio | Olho no mercado | Macroeconomia | Julho 2024