Energia elétrica fica 13% mais cara em Mato Grosso

Publicado em 06/04/2011 09:59

A Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) aprovou ontem um aumento médio de 12,89% na energia elétrica em Mato Grosso. O novo percentual entra em vigor no dia do aniversário de Cuiabá (8), na próxima sexta-feira e vale para as 1.040.699 unidades consumidoras da Centrais Elétricas Mato-grossenses S/A, concessionária presente nos 141 municípios de Mato Grosso. A correção de ontem colocou fim aos consecutivos índices negativos que haviam sido concedidos à Concessionária nos últimos dois anos, momento em que ao invés de alta, reduziu o valor do quiloWatt/hora.

Conforme deliberação do colegiado da Aneel, o reajuste absoluto se dará de formas diferentes, mediante a categoria de consumo em que o cliente se enquadra. Para os consumidores da chamada “baixa tensão” – tensão abaixo de 2,3 quiloWatts/kW - , onde estão as residências, por exemplo, a alta aprovada é de 13,16%. Para consumidores da “alta tensão” – consumo entre 2,3 kV a 230 kV -, onde estão as indústrias e o comércio, por exemplo, o reajuste será de 12,22%.

Levando em conta o percentual que será aplicado às contas de luz de consumidores residenciais, pode-se se entender o efeito da alta da seguinte maneira: para cada R$ 100 que são pagos hoje na tarifa, passa-se a pagar mais R$ 13,16. Nos próximos 12 meses, a alta terá consumido – seguindo este exemplo – R$ 157,92.

Conforme pleito encaminhado à Aneel no mês passado, a Cemat apontava a necessidade de um incremento sobre a tarifa de 13,18%, o terceiro maior enviado à Agência pelas dez distribuidoras que têm reajuste no mês de abril. Os mais altos foram da Enersul (MS), cujo pedido foi de 17,56% e da AES Sul (RS), 13,37%. Para a Enersul, a Agência autorizou ontem alta média de 17,49%.

Apesar de a inflação no Brasil em 2010 ter fechado em 5,91%, conforme o IPCA do IBGE, para ao reajustes de energia, por exemplo, é utilizado o Índice Geral de Preços do Mercado (IGP-M), da Fundação Getúlio Vargas (FGV), que apontou inflação de 11,32% no ano passado. O IGP-M é o índice utilizado para a correção de contratos de aluguel e como indexador de algumas tarifas públicas como energia elétrica.

ABRIL - Pelo calendário de reajustes anuais da Aneel, outras nove distribuidoras serão atualizadas em abril. São elas: Companhia Energética de Minas Gerais S/A (Cemig), Companhia Paulista de Força e Luz (CPFL -SP), Empresa Energética de Mato Grosso do Sul S/A (Enersul), AES Sul Distribuidora Gaúcha de Energia S/A, Usina Hidro Elétrica Nova Palma Ltda. (Uhenpal), Companhia de Eletricidade do Estado da Bahia (Coelba), Companhia Energética do Rio Grande do Norte (Cosern), Energisa Sergipe - Distribuidora de Energia S/A (ESE) e Companhia Energética de Pernambuco (Celpe).

Os reajustes das empresas Cemig, CPFL Paulista e Enersul também entram em vigor a partir de 8 de abril, sexta-feira. Para as companhias AES Sul e Uhenpal, o novo índice valerá a partir do dia 19. Os consumidores das distribuidoras Coelba, Energisa Sergipe e Cosern terão novas tarifas no dia 22. Por fim, a Celpe aplicará o reajuste a partir do dia 29.

As empresas encaminham à Aneel o pleito de reajuste. O índice é usado como referência para análise da área técnica da Agência, que define, posteriormente, em reunião pública da diretoria, os percentuais a serem aplicados.

REAJUSTE ANUAL - O reajuste anual, com exceção dos anos em que há revisão tarifária, ocorre sempre na data de aniversário da assinatura do contrato entre a empresa e a União. Segue uma fórmula contratual que leva em conta os custos que a distribuidora não gerencia (parcela A), como o valor da energia comprada, os encargos setoriais e o gasto com a transmissão. Os outros custos, considerados gerenciáveis pela empresa (parcela B), são corrigidos pelo Índice Geral de Preços ao Mercado (IGP-M), da Fundação Getúlio Vargas (FGV). Sobre a parcela B incide ainda o fator X, que é um índice fixado pela Aneel no momento da Revisão Tarifária Periódica para repartir com o consumidor os ganhos de produtividade obtidos pela distribuidora.

Fonte: Diário de Cuiabá

NOTÍCIAS RELACIONADAS

Dow Jones atinge recorde de fechamento após dados econômicos favoráveis dos EUA
Dólar à vista fecha em alta pela 5ª sessão apesar de intervenções do BC
Ibovespa tem melhor mês do ano com expectativa sobre juros nos EUA
Taxas longas de juros futuros disparam com temor fiscal após alta da dívida bruta no Brasil
S&P fecha em alta após dados econômicos favoráveis dos EUA
Desemprego baixo não provoca "inflação grande" em serviços, mas preocupa, diz Campos Neto