Otan deve assumir comando total das operações na Líbia

Publicado em 28/03/2011 09:03
A Otan concordou no domingo em assumir a responsabilidade total pelas operações militares na Líbia, encerrando uma semana de intensas negociações sobre a estrutura de comando.

A decisão, que pode demorar até 72 horas para ser implementada, coloca a aliança militar de 28 membros encarregada das operações de proteção a civis e contra a infra-estrutura militar de Muammar Gaddafi, bem como a implementação de uma zona de exclusão aérea e um embargo de armas.

"Aliados da Otan decidiram assumir toda a operação militar na Líbia, no âmbito da Resolução do Conselho de Segurança das Nações Unidas", disse o secretário-geral Anders Fogh Rasmussen.

"Nosso objetivo é proteger os civis e as áreas com população civil sob a ameaça do regime de Gaddafi. A Otan irá implementar todos os aspectos da resolução da ONU. Nada mais, nada menos."

A decisão tinha sido adiada por desentendimentos entre os membros da Otan França e Turquia pelo controle político da missão, resultando em dias de discussão.

O presidente francês, Nicholas Sarkozy, quis restringir a responsabilidade da Otan para equipamentos militares, enquanto a coordenação da campanha aérea ficaria nas mãos dos membros da coalizão.

A Turquia, por sua vez, queria ser capaz de usar seu poder de veto na Otan para limitar as operações aliadas contra a infra-estrutura na Líbia e evitar mortes de civis muçulmanos.

O Ministro das Relações Exteriores turco, Ahmet Davutoglu, disse a repórteres na quinta-feira que os temores da Turquia haviam sido considerados e que o comando das operações militares seria transferido totalmente para a Otan. Mas ainda foram necessários mais três dias de negociações para um acordo.

O primeiro-ministro turco, Tayyip Erdogan, e Davutoglu devem participar de uma conferência em Londres na terça-feira, quando outros aspectos da liderança política da operação para pôr fim ao governo de 41 anos de Gaddafi serão discutidos.

O secretário de Defesa dos EUA, Robert Gates, disse na televisão norte-americana que os Estados Unidos iriam começar a reduzir as forças militares comprometidas com a missão da Líbia,"a partir desta semana ou da próxima."

A Otan diz que uma área de exclusão aérea na Líbia, que se comprometeu a implementar na quinta-feira, será "imparcial", proibindo voos tanto das forças de Gaddafi como de seus opositores. O embargo de armas seria aplicado de forma semelhante, a ambos os lados.

Com as forças rebeldes anti-Gaddafi aparentemente avançando de novo, analistas afirmam que uma operação militar liderada pelos ocidentais pode ser complicada se os rebeldes se aproximarem de Trípoli.

Daniel Keohane do Instituto Europeu de Estudos de Segurança disse que o combate na região pode resultar em um grande número de vítimas, incluindo um aumento do risco de baixas civis por qualquer ataque aéreo.

"Se as forças rebeldes forem vistas em busca de vingança contra os apoiadores de Gaddafi, pode causar enormes problemas políticos para a aliança", disse ele, "porque o mandato da ONU para proteger os civis devem valer para os dois lados."

Fonte: Reuters

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