Turbulência do mercado internacional também atinge o consumidor

Publicado em 17/03/2011 08:07
Soja, milho e carnes estão entre os produtos que têm os preços definidos pelo comércio mundial. Até fevereiro a tendência era de aumento dessas mercadorias, mas com o início da colheita da safra brasileira, os preços tendem a cair.

O casal de autônomos Rivaldo Bart e Tatiane Nascimento sente no bolso a alta dos preços. O gasto com alimentos já compromete 80% da renda familiar.

– No caso, o valor mais significante é caso da carne. Nós estamos vendo que o aumento subiu muito mais de 20% – ressalta Rivaldo.

Com as economias globalizadas, muitos alimentos têm seus preços ditados pelo comércio internacional. São as chamadas commodities agrícolas, que desde julho do ano passado seguiam elevadas. Entre os motivos os baixos estoques no mundo, mas o cenário mudou.

– Nesse momento, observa-se já o mercado futuro com preços em queda e uma tendência natural de ajustes desses preços excessivamente altos no mercado internacional – informa o economista José Luiz Pagnussat.

Segundo Pagnussat, o movimento é conhecido como a lei da oferta e da procura.

– O início da safra brasileira, que promete ser recorde, e a previsão de aumento da colheita de grãos norte-americana devem provocar uma reviravolta nos preços internacionais. Com o excesso de oferta, a tendência é de que os consumidores paguem menos pelos produtos.

Mas quem frequenta os supermercados olha com desconfiança.

– Eu acho que não é uma coisa uniforme. Baixam umas coisas e outras continuam lá em cima. Então há um certo equilíbrio – relata a aposentada Márcia Cosaqui.

– Você chega aqui hoje o arroz está em promoção, aí, vai comprar a linguiça, o preço está mais caro – conta o aposentado José Gonçalves.

O que o consumidor tem dificuldade para entender é que, além da inflação interna, interfere nos preços mundiais até o problema do Japão, seriamente afetado pelos terremotos e tsunami.

– Nesse momento você está tendo uma corrida para o dólar e os títulos do tesouro dos Estados Unidos são considerados ativos mais seguros hoje. Então no dia de hoje, o preço está caindo no mercado internacional e isso não é bom porque aumenta a volatilidade exatamente no momento em que o agricultor vai vender suas mercadorias – explica o professor Flávio Botelho, do Programa Pós-graduação agronegócio UnB.

Fonte: Canal Rural

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