Número de mortos no Japão passa de 3.000; novo tremor é sentido em Tóquio
Do total de mortos confirmados, pouco mais de mil foram identificados e cerca de 400 corpos foram entregues a suas famílias, segundo a agência de notícias local "Kyodo".
Pelo quarto dia consecutivo, as equipes de resgate enfrentam a dupla tarefa de remover as ruínas e escombros em busca de corpos e de levar ajuda aos desabrigados em zonas isoladas como Oshima, uma pequena ilha em frente ao litoral da província de Miyagi. Ali, cerca de 1,3 mil pessoas foram encontradas com vida nesta terça-feira.
Outro exemplo de esperança é uma mulher de 70 anos, que foi resgatada nesta manhã na província de Iwate.
Na cidade de Minamisanriku, na província de Miyagi, nem a metade dos 17 mil habitantes foi localizada, embora não se descarte que muitos podem ter se refugiado em localidades próximas. Também é desconhecido o paradeiro de oito mil residentes do povoado litorâneo de Otsuchi, na província de Iwate.
A companhia Tokyo Electric Power, principal operadora de energia na região, continuou nesta terça-feira a realizar cortes programados de energia em províncias divisórias a Tóquio, para garantir o fornecimento nas zonas afetadas. A empresa prevê estender as interrupções caso não se solucione o déficit na capacidade de geração.
As previsões meteorológicas indicam que, em partes do nordeste do país, as temperaturas devem cair significativamente, o que agrava a situação da população, que sofre com a escassez de cobertores.
Novo tremor em Tóquio
Nesta segunda-feira, Um novo tremor foi sentido em Tóquio, capital japonesa, nesta segunda-feira (15). Segundo a Reuters, os edifícios balançaram.
A Agência Meteorológica japonesa informou que o tremor foi de magnitude 6, de acordo com a emissora pública NHK. O epicentro foi localizado em Shizuoka, cerca de 120 km a sudeste da capital.
Buscas continuam
Cerca de 100 mil militares japoneses, auxiliados por voluntários estrangeiros especialistas em salvamentos, continuam atuando na zona devastada na busca por sobreviventes presos sob escombros ou arrastados mar adentro por uma onda gigante que alcançou os dez metros de altura.
Mais de 500 mil pessoas estão desabrigadas, enquanto 2 milhões de casas permanecem sem energia elétrica e praticamente o mesmo número continua sem o abastecimento água.
O primeiro-ministro japonês, Naoto Kan, disse que o desastre mergulha o país "na crise mais grave desde a 2ª Guerra Mundial". Estimativas preliminares elevam os custos de recuperação da tragédia em dezenas de bilhões de dólares - um forte golpe para o país, em um momento em que a economia mundial dá sinais de retomada.
A situação se agravou hoje (15) com a explosão, que ocorreu às 6h20 (horário do Japão), no reator 4, da unidade 2, da Usina Nuclear de Fukushima Daiichi, no Japão. Segundo a Agência Internacional de Energia Atômica (Aiea), a situação está “sob controle”.