Embrapa participa de estudo internacional sobre alimentação

Publicado em 10/02/2011 09:27
O trabalho de 14 pesquisadores da Embrapa contribuiu para as conclusões do Relatório Foresight ─ O Futuro da Alimentação e agricultura: desafios e opções para a sustentabilidade global, coordenado pelo governo britânico. O convite foi feito pelo chefe do Gabinete do Governo Britânico para a Ciência, professor Jonh Beddington, em fevereiro de 2009.

O estudo analisa as principais pressões sobre o sistema alimentar mundial até 2050. A pesquisa identifica as mais importantes decisões que os governantes devem tomar hoje e nos próximos anos para garantir que a população mundial possa ser alimentada de forma sustentável. O relatório ajuda a identificar uma ampla agenda de ações possíveis para que a agricultura possa enfrentar os desafios futuros na produção mundial de alimentos.

De acordo com o coordenador do estudo pela Embrapa, pesquisador Carlos Santana, o Brasil ocupa papel de destaque em âmbito internacional. O reconhecimento devido ao desenvolvimento tecnológico de sua agricultura foi fundamental para que a empresa subsidiasse o relatório.

O estudo Capacidade Produtiva da Agricultura Brasileira: Perspectiva de Longo Prazo foi elaborado por uma equipe formada por profissionais da Secretaria de Gestão Estratégica e Assessoria da Presidência da Embrapa e pelas unidades Embrapa Informática Agropecuária (Campinas/SP) e Embrapa Estudos e Capacitação (Brasília/DF). O material contribuiu para elaboração das conclusões do relatório com relação à importância de expandir os investimentos na geração de novas tecnologias e inovações agropecuárias.

“Conseguimos mostrar o impacto da utilização de tecnologias mais produtivas sobre a área necessária para alcançar a produção estimada nos estados responsáveis por 80% da produção nacional no período de 2010-2030”, explicou Carlos Santana.

O pesquisador esclareceu ainda que o documento alerta para a necessidade de se investir no desenvolvimento de novas variedades e tecnologias. Estas devem adaptar-se à produção agrícola a temperaturas mais elevadas, em decorrência das mudanças climáticas. No caso do Brasil, isso recai principalmente para os cultivos de soja, trigo e café, “já que apresentam maior perspectiva de perdas em um cenário de temperaturas médias mais elevadas”.

Conclusões
O relatório Foresight apresenta as conclusões obtidas a partir da avaliação dos desafios futuros do sistema alimentar e agroenérgico. Segundo Santana, fatores como aumento da população global; a mudança nos padrões alimentares e no volume do consumo per capita de produtos agrícolas; a competição pelos recursos terra, água e energia, determinaram as mudanças observadas no estudo.

A análise resultou na definição de cinco desafios, examinados de forma disciplinar por 400 especialistas das ciências naturais e sociais envolvidos no projeto. Os desafios são: equilibrar demanda e oferta futuras de forma sustentável; reduzir a volatilidade no sistema alimentar; diminuir a fome; reduzir a emissão de gás de efeito estufa; e alimentar o mundo mantendo a biodiversidade e os serviços ambientais.

O estudo traz uma perspectiva positiva, nos próximos 20 anos, da capacidade produtiva da agricultura brasileira. “A produção nacional de grãos, cana de açúcar, café e carne bovina deverá crescer entre 47% e 68% (dependendo do produto considerado), acima da média observada em 2007-2009, sem colocar forte pressão sobre a expansão de área, nem ameaçar a sustentabilidade ambiental e ocasionar grandes perdas de biodiversidade.

Com exceção do trigo, o consumo doméstico desses produtos será atendido pela produção interna mantendo o país em destaque nos mercados internacionais de soja, açúcar, café, algodão e carne bovina”, explicou o pesquisador Carlos Santana, da Embrapa.

Fonte: Embrapa

NOTÍCIAS RELACIONADAS

Gabinete Presidencial de Taiwan faz primeira simulação de mesa sobre emergência com China
Wall Street cai sob pressão de alta dos rendimentos dos Treasuries
Rússia rejeita apelo de Trump para trégua na Ucrânia, mas está pronta para negociações
Ibovespa oscila pouco nos primeiros negócios após Natal
China revisa para cima PIB de 2023 mas vê pouco impacto no crescimento de 2024
Dólar se reaproxima dos R$6,20 com temor fiscal e exterior; BC não atua
undefined