Dólar recua quase 3% em seis dias e fecha a R$ 1,68; Bovespa cede 0,23%

Publicado em 06/12/2010 16:19

Já em seu sexto dia de queda consecutiva, a taxa de câmbio ainda contraria os prognósticos de encarecimento da moeda americana no mercado doméstico.

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O dólar atingiu R$ 1,695 em sua cotação máxima registrada no dia, chegando a quase ficar abaixo de R$ 1,68 no ponto mais baixo do dia --R$ 1,682, a cotação do fechamento de hoje, em queda de 0,29% sobre a taxa final de sexta-feira.

Nas casas de câmbio paulistas, o dólar turismo foi cotado por R$ 1,780 para venda e por R$ 1,630 para compra.

Ainda operando, a Bovespa (Bolsa de Valores de São Paulo) perde 0,23%, aos 69.604 pontos. O giro financeiro é de R$ 3,2 bilhões. Nos EUA, a Bolsa de Nova York tem leve alta de 0,05%.

Conforme o boletim Focus (elaborado pelo Banco Central) divulgado nesta segunda-feira, a maioria dos economistas do setor financeiro revisou para cima suas projeções para a taxa de câmbio do final deste ano: a mediana das estimativas subiu de R$ 1,70 para R$ 1,71. Para 2011, a mediana permaneceu em R$ 1,75.

Historicamente, o fluxo de saída de divisas tende a aumentar nos últimos meses do ano, o que pressiona os preços. Esse dado sazonal, combinado aos desdobramentos da crise europeia, reforçava o prognóstico.

Mas como analistas têm ressaltado desde a semana passada, a perspectiva de que o Banco Central volte a subir os juros básicos da economia, senão nesta semana, mas no início do ano que vem, é o que realmente está agindo sobre os preços da moeda americana.

O aumento do recolhimento compulsório sobre depósitos bancários, portanto, tem sido visto somente como o início desse processo de restrição ao crédito. O mesmo Focus mostrou que especialistas de corretoras e bancos elevaram, pela 12º semana consecutiva, suas "apostas" para a inflação (IPCA)-- de 5,72% para 5,78%.

Em comentário sobre os resultados do "Focus", a equipe de análise da Concórdia Corretora ressalta:"mantemos a avaliação de que os recentes períodos de valorização do dólar frente ao real são transitórios e refletem o aumento da aversão internacional ao risco (...) as duas principais forças que pressionam pela desvalorização do dólar/valorização do real continuam em curso (a saber, a gigantesca injeção de liquidez na economia dos EUA como parte da estratégia de recuperação adotada pelo Fed [o banco central], e o diferencial de juros entre o Brasil e o resto do mundo)".

No final de semana, durante um programa de TV, o presidente do banco central dos EUA, Ben Bernanke, admitiu que pode ampliar o "quantitative easing" (injeção de recursos no sistema financeiro), de acordo com as condições da economia.

JUROS FUTUROS

No mercado futuro de juros, que serve de referência para o custo dos empréstimos nos bancos, as taxas projetadas avançaram nos contratos mais negociados.

O Copom (Comitê de Política Monetária) anuncia depois de amanhã a nova taxa básica de juros do país (hoje em 10,75% ao ano). Uma minoria dos economistas do setor financeiro acredita num ajuste (para cima) da chamada 'Selic' já nesta reunião --a maioria das "apostas" converge para a manutenção.

No contrato para julho de 2011, a taxa projetada passou de 11,56% ao ano para 11,60%; para janeiro de 2012, a taxa prevista subiu de 12,01% para 12,04%. E no contrato para janeiro de 2013, a taxa projetada retrocedeu de 12,34% para 12,33%. Esses números são preliminares e estão sujeitos a ajustes.

Fonte: Folha Online

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