Dólar fecha a R$ 1,68, após nova ação do Tesouro; Bovespa retrocede 1,27%

Publicado em 06/10/2010 17:02
O governo voltou à carga para tentar conter a queda das cotações da moeda americana, desta vez ampliando o limite de compras de dólares pelo Tesouro Nacional. O valor do dólar comercial reagiu e chegou a oscilar perto dos R$ 1,70, um patamar de preços perdido há uma semana.

Pela manhã, os preços da moeda americana chegaram a bater R$ 1,66, mas subiram rapidamente para R$ 1,67 e R$ 1,69 (a cotação máxima do dia), à medida em que o mercado absorvia a nova medida governamental. O Banco Central também atuou, comprando o excesso de moeda por meio de seus dois leilões diários.

Nesse cenário, o dólar comercial finalizou o expediente sendo vendido por R$ 1,682, o que representa um acréscimo de 0,41% sobre o fechamento anterior. Nas casas de câmbio paulistas, o dólar turismo foi cotado por R$ 1,790 para venda e por R$ 1,620 para compra.

Ainda operando, a Bovespa (Bolsa de Valores de São Paulo) sofre perdas de 1,27%, aos 70.375 pontos. O giro financeiro é de R$ 7,66 bilhões. Nos EUA, a Bolsa de Nova York tem leve alta de 0,04%.

A taxa cambial cedeu em sete dos últimos dez dias úteis, num reflexo da tendência predominante no mercado de câmbio doméstico. Analistas avaliam que o viés desses preços segue a tendência mundial de enfraquecimento do dólar, num contexto em que a economia americana segue claudicante. Há expectativas de que o banco central dos EUA (o Federal Reserve) lance uma nova rodada de estímulos monetários (injeção de recursos no sistema financeiro), que podem contribuir ainda mais para o recuo das cotações.

No entanto, é praticamente um consenso entre os agentes financeiros de que o governo brasileiro ainda não esgotou seu arsenal para influenciar a trajetória do dólar. Nas mesas de operações, entre as hipóteses discutidas estão a retomada dos notórios contratos de "swap" reverso, ou novas formas de tributação do capital estrangeiro.

Mas há poucas expectativas de que o governo efetivamente deter essa tendência. Hoje, o BC informou que, em setembro, a conta financeira do país teve a maior entrada de dólares (já descontados os resgates) desde 1982, início da série histórica. Foram US$ 16,7 bilhões, o que a autoridade monetária contrabalançou com US$ 10,8 bilhões em compras, valor também recorde.

Por conta dessas transações, as reservas internacionais do país já estão próximas do patamar histórico de US$ 280 bilhões.

JUROS FUTUROS

No mercado futuro de juros, que serve de referência para o custo dos empréstimos nos bancos, as taxas projetadas subiram com mais intensidade nos contratos de prazo mais longo.

No contrato para novembro deste ano, a taxa projetada foi mantida em 10,64% ao ano. No contrato para janeiro de 2011, a taxa prevista permaneceu em 11,65%; e no contrato para janeiro de 2012, a taxa projetada avançou de 11,39% para 11,44%.

Os números são preliminares e estão sujeitos a ajustes.

Fonte: Folha Online

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