INTERNACIONAL: Brasil e Europa não aceitam barreiras impostas pela Argentina a alimentos

Publicado em 13/05/2010 15:32
Ainda sem medida oficial, alimentos importados são proibidos. Representantes brasileiro e europeu contestam bloqueio.
A poucos dias da viagem de Cristina Kirchner a Madri para participar de uma cúpula entre a América Latinha e o Caribe com a União Europeia (UE), as relações comerciais com os países do bloco europeu e também com o Brasil voltaram a ser discutidas ontem. Tanto brasileiros quanto europeus protestaram frente às restrições determinadas pela Argentina  às importações de alimentos. No entanto, ainda não foi divulgada nenhuma medida oficial.

A UE definiu as medidas argentinas como “inexplicáveis”, já que a poucos dias da cúpula, o objetivo do encontro era uma retomada das negociações entre o bloco e o Mercosul, melhorando assim as relações comerciais entre os dois. A União Europeia afirma ainda que, caso essas barreiras sejam efetivadas, “elas serão incompatíveis com as normas da Organização Mundial do Comércio (OMC) e contra os compromissos assumidos pela Argentina com o G-20”. O governo argentino, porém, retrucou e garantiu que as medidas estão de acordo com a OMC.

Com o Brasil, a disputa também aumentou. Na terça-feira, após uma reação brasileira com a Fiesp – que ameaçou atacar com retaliações comerciais – o governo Lula instruiu o embaixador brasileiro em Buenos Aires, Enio Cordeiro, que exija explicações do Ministério de Relações Internacionais argentino. 

Os conflitos com o Brasil e com a UE se somam aos problemas que a Argentina tem com a China, referentes às importações de óleo de soja. Esse cenário mostra as dificuldades de relações comerciais com seus três principais parceiros sóciocomerciais.
 
Mesmo com tudo isso, não há sinais de que o governo irá recuar. A presidente argentina Cristina Kirchner confirma a política de “proteção” à indústria nacional. O argumento de Kirchner é baseado na crise na Grécia e na desvalorização do euro, fatos que poderiam tornar produtos da União Europeia muito competitivos, podendo prejudicar a indústria nacional.
 
No Brasil, desde a semana passada, o clima piorou depois que a imprensa passou a noticiar que os supermercados deveriam controlar rigidamente os alimentos importados a partir de 1º de junho. O ministro brasileiro de Relações Exteriores, Celso Amorim, “afirmou que o governo acompanha com atenção e preocupação as notícias sobre uma possível nova barreira comercial aos alimentos brasileiros. No entanto, isso ainda não foi notificado oficialmente”.

A candidata à presidência pelo PT Dilma Rousseff disse que o Brasil deve endurecer as retaliações caso seja comprovado que o governo de Cristinha Kirchner vá impor proibições aos alimentos fabricados no Brasil.

Com informações do El Clarín
Tradução: Carla Mendes

Fonte: Redação NA

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