A senador Kátia Abreu (DEM-TO), que preside a CNA, disse que o objetivo do protesto é chamar a atenção do governo para a situação do campo que é, segundo ela, “insustentável”. “O Brasil não tem condições de viver do jeito que está vivendo”, disse a parlamentar, reafirmando que o agronegócio responde por um terço do Produto Interno Bruto (PIB) e dos empregos gerados no País.
A CNA cobra a criação de um plano nacional de combate às invasões, a exemplo do que o governo já fez para combater a pirataria e o narcotráfico. A senadora disse ainda que o governo tem estoques de terra para fazer assentamentos, mas falta dinheiro para concluir esse processo. Ela fez questão de afirmar que o movimento de hoje foi pacífico e teve autorização da administração local. “Não vamos invadir como muitos fazem.”
Ela também criticou indiretamente o presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Sem citar o nome do presidente, Kátia Abreu disse que “um boné é um símbolo”. “O boné do crime não pode ser usado à revelia”, afirmou, fazendo uma referência ao fato de o presidente ter usado o boné do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) nos primeiros anos de sua gestão. O ato do presidente causou indignação do então ministro da Agricultura, Roberto Rodrigues, e de lideranças do agronegócio.
Os manifestantes hoje usavam roupas brancas e seguravam pequenas bandeiras de papel com slogan de repúdio às ações do MST. Os atos começaram com uma missa na Catedral Metropolitana de Brasília, que ficou cheia de manifestantes.