Plano conjunto para Brasil e China

Publicado em 16/04/2010 08:34
Lula ressaltou alta de 780% do comércio bilateral e cobrou maior valor agregado das vendas
Os governos brasileiro e chinês firmaram ontem um Plano de Ação Conjunta que prevê, entre outras medidas, o aprofundamento das relações bilaterais entre os países. O documento foi divulgado durante reunião dos Brics (grupo com Brasil, Rússia, Índia e China), em Brasília, para melhorar comércio e investimentos, abrangendo 11 áreas.

Os países assinaram mais 13 atos nos setores de agricultura, energia, comunicações e cultura.

"As duas partes reconhecem a significativa complementaridade das duas economias e o grande potencial para cooperação em investimentos e comércio. As duas partes esforçar-seatilde;o conjuntamente para diversificar e promover o crescimento do comércio e dos investimentos, bem como para resolver disputas comerciais através de consultas e diálogo conduzidos de forma amistosa", informaram os governos em comunicado.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou em declaração ao lado do presidente da China, Hu Jintao, que as conquistas obtidas pelos dois países nos últimos anos obrigam seus dirigentes a lutar por uma nova ordem internacional.

O aumento de 780% do comércio bilateral desde 2003, para US$ 36 bilhões no ano passado, também foi foco do discurso de Lula, que cobrou o incremento do valor agregado dos produtos brasileiros exportados.

- A China tornou-se nosso principal parceiro comercial e o maior mercado para nossas exportações.

Mas, para que a promessa do comércio Sul-Sul seja uma realidade, o Brasil precisa aumentar o valor agregado das suas vendas - disse Lula. - O setor aeronáutico pode ajudar a tornar as trocas mais equilibradas.

Na opinião do empresário Eike Batista, dono do grupo EBX, é possível convencer os chineses a comprarem produtos brasileiros de maior valor agregado, em troca da garantia de suprimentos de matérias-primas para o país asiático.

- O aumento maciço da produção de aço do Brasil é para fornecer à China. O bonito é você fazer o acerto de não tudo ir em matéria-prima. Por exemplo, três toneladas vão em matériaprima e uma em aço, que vale no mínimo dez vezes mais - disse Eike durante o evento.

Lula disse que uma promessa chinesa de construir uma fábrica de aço no Brasil é possível e seria o maior investimento feito pelo asiático na América Latina.

Brasil e China também concordaram em impulsionar as exportações de carne bovina e tabaco do país latino-americano para o asiático e em dar andamento à cooperação para lançamentos de satélites.

- Esse acordo fortalece a unidade entre os mercados emergentes - disse o presidente chinês, que antecipou sua partida devido aos terremotos de quartafeira em de Qinghai, no noroeste do país, no qual mais de 600 pessoas morreram. A reunião do Bric estava marcada para hoje. Hu Jintao cancelou visitas à Venezuela e ao Chile.

Com agências Lula volta a defender diálogo com Irá na Cúpula da Ibas na Página 4

O setor aeronáutico pode tornar as trocas mais equilibradas Luiz Inácio Lula da Silva Presidente do Brasil

O acordo fortalece a unidade de mercados emer gentes Hu Jintao Presidente da China.

Três toneladas vão em matéria-prima e uma em aço, que vale mais Eike Batista Dono do grupo EBX.

Fonte: Jornal do Brasil

NOTÍCIAS RELACIONADAS

Ibovespa fecha em alta com apoio de Vale após sessão sem direção única
Dólar cai abaixo de R$6,05 com inflação ao produtor moderada nos EUA
Inflação na Argentina sobe para 2,7% em dezembro e termina 2024 em 118%
Nota de pesar pelo falecimento do ex-senador Benedito de Lira
Ações europeias ficam quase estáveis em meio a alta de rendimentos e ameaças de tarifas
Wall St sobe após dados moderados de preços ao produtor nos EUA
undefined