Índice de Hong Kong sofre maior queda diária desde 1997; fundo estatal investe em ações da China

Publicado em 07/04/2025 07:31

Logotipo Reuters

XANGAI (Reuters) - O principal índice acionário de Hong Kong sofreu sua maior queda desde 1997 nesta segunda-feira, depois que a China revidou as tarifas dos Estados Unidos com suas próprias taxas, aprofundando a turbulência do mercado em meio a temores de uma guerra comercial mais ampla, enquanto o fundo soberano de Pequim interveio para estabilizar as ações locais.

O índice Hang Seng, de Hong Kong, caiu 13,22%, a maior queda diária desde 1997, com as ações de empresas de tecnologia, energia solar, bancos e varejistas online afundando, uma vez que os investidores venderam qualquer ativo ligado ao crescimento e ao comércio global.

O índice CSI300 fechou em queda de 7,05%, já que a Central Huijin, ou a chamada "equipe nacional" de investidores apoiados pelo Estado, disse que aumentou as participações em ações chinesas para defender a estabilidade do mercado.

A China, que agora está enfrentando tarifas dos EUA de mais de 50%, respondeu da mesma forma na sexta-feira, aplicando taxas extras sobre as importações norte-americanas.

A intensificação da disputa entre as duas maiores economias do mundo ameaça abalar os fluxos comerciais e, além de afetar os lucros chineses, espera-se também que provoque uma desaceleração na demanda global em um momento de crescimento vacilante na China.

"Acho que o impacto desse choque será bastante significativo", disse o economista-chefe do UBS para a China, Tao Wang, em uma chamada com investidores nesta segunda-feira. "Para começar, foi um desafio atingir o crescimento do governo. E agora é ainda mais desafiador."

Os volumes de negociação foram pesados, especialmente porque os mercados chineses estiveram fechados na sexta-feira, quando as vendas foram mais intensas nos EUA e em outros centros financeiros.

O índice Hang Seng Tech despencou 17%, marcando seu pior desempenho em um único dia desde o início dos registros. O índice caiu 27% em um mês e está próximo de onde começou o ano.

Na ausência de qualquer indício de recuo por parte da Casa Branca, o foco dos investidores estará em Pequim, que pode apresentar medidas para apoiar os exportadores chineses e fortalecer a economia doméstica.

. Em TÓQUIO, o índice Nikkei recuou 8,8%, a 30.792 pontos.

. Em HONG KONG, o índice HANG SENG caiu 13,22%, a 19.828 pontos.

. Em XANGAI, o índice SSEC perdeu 7,34%, a 3.096 pontos.

. O índice CSI300, que reúne as maiores companhias listadas em XANGAI e SHENZHEN, retrocedeu 7,05%, a 3.589 pontos.

. Em SEUL, o índice KOSPI teve desvalorização de 5,57%, a 2.328 pontos.

. Em TAIWAN, o índice TAIEX registrou baixa de 9,70%, a 19.232 pontos.

. Em CINGAPURA, o índice STRAITS TIMES desvalorizou-se 7,46%, a 3.540 pontos.

. Em SYDNEY o índice S&P/ASX 200 recuou 4,23%, a 7.343 pontos.

(Por redação de Xangai)

Fonte: Reuters

NOTÍCIAS RELACIONADAS

Índices em Wall Street têm sinais mistos após ameaça de Trump de tarifas de aço Índices em Wall Street têm sinais mistos após ameaça de Trump de tarifas de aço
BNDES deve aprovar R$80 bi em crédito para infraestrutura este ano
Wall Street abre em baixa após novas ameaças tarifárias de Trump sobre metais
Preços de alumínio e aço nos EUA sobem com novas tarifas de Trump
Ibovespa abre em alta liderada por Gerdau
Dólar recua com novas ameaças tarifárias de Trump e tensões EUA-China