Fitch rebaixa rating da China devido a riscos da dívida em meio a tensões comerciais

Publicado em 03/04/2025 11:01

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(Reuters) - A agência global de recomendação de risco Fitch rebaixou nesta quinta-feira o rating de longo prazo em moeda estrangeira da China de "A+" para "A", citando as expectativas de um enfraquecimento contínuo das finanças públicas e o rápido aumento da dívida.

O rebaixamento ocorreu um dia depois que o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, impôs tarifas abrangentes sobre as importações de parceiros comerciais, sendo a China um dos países mais afetados, embora a Fitch tenha dito que essa medida ainda não havia sido incorporada às suas previsões.

"O rebaixamento reflete nossas expectativas de um enfraquecimento contínuo das finanças públicas da China e uma trajetória de rápido aumento da dívida pública durante a transição econômica do país", disse a Fitch em um comunicado.

"Esperamos que a relação dívida pública/PIB continue sua tendência de alta acentuada nos próximos anos, impulsionada por esses déficits elevados, pela cristalização contínua de passivos contingentes e pelo crescimento moderado do PIB nominal."

A Fitch espera que o déficit do governo da China aumente para 8,4% do Produto Interno Bruto (PIB) em 2025, de 6,5% em 2024.

A China terá de manter o estímulo fiscal para apoiar o crescimento em meio à demanda interna moderada, ao aumento das tarifas e às pressões deflacionárias, o que manterá as lacunas fiscais elevadas, segundo a agência.

Em abril de 2024, a Fitch reduziu a perspectiva da recomendação de crédito soberano da China para negativa, citando os riscos para as finanças públicas, já que a economia enfrenta uma incerteza crescente em sua mudança para novos modelos de crescimento.

O Ministério das Finanças da China disse em um comunicado que Pequim lamenta "profundamente" e não reconhece o rebaixamento da Fitch, acrescentando que a decisão "é tendenciosa e não pode refletir completa e objetivamente a situação real da China".

(Reportagem de redação de Pequim e Kevin Yao)

Fonte: Reuters

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