Atividade da indústria da China atinge pico de 12 meses com encomendas fortes

Publicado em 31/03/2025 07:31

Logotipo Reuters

Por Joe Cash e Ethan Wang

PEQUIM (Reuters) - A atividade industrial da China expandiu no ritmo mais rápido em um ano em março, mostrou uma pesquisa nesta segunda-feira, com as novas encomendas impulsionando a produção e dando à segunda maior economia do mundo algum alívio enquanto lida com a intensificação da guerra comercial dos Estados Unidos.

A leitura deve tranquilizar as autoridades de que o recente apoio fiscal está impulsionando a economia de US$18 trilhões, que também se beneficia de compradores estrangeiros que estão antecipando compras antes de novas restrições comerciais dos EUA.

No entanto, esse alívio deve ter curta duração, já que o presidente dos EUA, Donald Trump, deve anunciar novas tarifas "recíprocas" na quarta-feira para lidar com desequilíbrios comerciais percebidos, potencialmente adicionando mais impostos sobre produtos chineses.

Trump já impôs uma tarifa cumulativa de 20% sobre todas as importações chinesas desde que retornou à Casa Branca em janeiro, acusando Pequim de não fazer o suficiente para conter o fluxo de produtos químicos usados para produzir o medicamento fentanil para os EUA.

O Índice de Gerentes de Compras (PMI) oficial subiu para 50,5 em março, de 50,2 no mês anterior, de acordo com a Agência Nacional de Estatísticas), a leitura mais elevada desde março de 2024 e em linha com a previsão dos analistas em uma pesquisa da Reuters.

O PMI não manufatureiro, que inclui serviços e construção, acelerou de 50,4 para 50,8.

"Os PMIs oficiais sugerem que os gastos com infraestrutura estão aumentando novamente e que as exportações até agora permaneceram resilientes diante das tarifas dos EUA", disse Julian Evans-Pritchard, chefe de economia da China na Capital Economics.

"Mas as pesquisas ainda são consistentes com o crescimento mais lento do PIB no primeiro trimestre em meio à fraqueza no setor de serviços", acrescentou.

A China manteve sua meta econômica para este ano em "cerca de 5%", apesar das ameaças tarifárias de Trump, que podem dar um fim à recuperação amplamente impulsionada pelas exportações em andamento desde o fim da pandemia de Covid-19 no final de 2022.

O governo prometeu mais estímulo fiscal, aumento da emissão de dívida, mais afrouxamento monetário e colocou ainda mais ênfase no aumento da demanda interna para amortecer o impacto da guerra comercial.

Apontando para uma melhora na demanda interna, o subíndice de novos pedidos subiu para 51,8 em março, sua maior leitura em 12 meses, enquanto o declínio em novos pedidos de exportação desacelerou, ficando pouco abaixo da marca de 50 que separa o crescimento da contração.

Fonte: Reuters

NOTÍCIAS RELACIONADAS

Ações sobem com impulso de dados econômicos fortes e possíveis negociações comerciais entre EUA e China Ações sobem com impulso de dados econômicos fortes e possíveis negociações comerciais entre EUA e China
Ibovespa tem queda discreta na sessão, mas assegura ganho semanal
Juros futuros avançam no Brasil após dados robustos de emprego nos EUA
Pequim avalia oferta sobre fentanil para iniciar negociações comerciais com EUA, informa WSJ
Primeiro-ministro canadense vai se reunir com Trump na próxima 3ªfeira
Ações europeias sobem com sinais de alívio de tensões entre EUA e China e com dados de emprego dos EUA