Alckmin defende retirada de preços de alimentos e energia do cálculo da inflação

Publicado em 24/03/2025 09:16 e atualizado em 24/03/2025 10:49

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(Reuters) - O vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin, defendeu nesta segunda-feira a retirada dos preços de alimentos e de energia do cálculo da inflação e disse que esta medida deveria ser estudada pelo Banco Central.

"Não adianta eu aumentar os juros, porque não vai fazer chover, eu só vou prejudicar a economia. E no caso do Brasil, pior ainda, porque aumenta a dívida pública", disse Alckmin durante evento promovido pelo jornal Valor Econômico.

"Eu acho que é uma medida inteligente a gente realmente aumentar o juro naquilo que pode ter mais efetividade na redução da inflação", defendeu. "Entendo sim que é uma medida que deve ser estudada pelo Banco Central brasileiro."

Alckmin fez referência para defender a ideia às medidas de alta de preços utilizadas pelo Federal Reserve para sua meta de inflação. A meta do banco central norte-americano é de uma inflação de 2% medida pelo índice de preços ao consumidor PCE.

No entanto, a autoridade monetária dos Estados Unidos tem a inflação "cheia" como parâmetro para seu objetivo, e não os núcleos do índice, que eliminam elementos mais voláteis como alimentos e energia.

"Não adianta aumentar juros que não vai baixar o preço do barril de petróleo", acrescentou Alckmin, que está no exercício da Presidência enquanto o presidente Luiz Inácio Lula da Silva está em visita oficial à Ásia.

"Eu mencionei o exemplo americano porque ele tira do cálculo da inflação alimento, porque alimento é muito clima", disse.

Alckmin afirmou que o atual patamar da taxa básica de juros Selic, em 14,25%, "atrapalha a economia", ao mesmo tempo que reconheceu que reduzir a inflação é "essencial".

O vice fez ainda a avaliação de que os preços dos alimentos devem cair neste ano, ajudada por uma melhora da questão climática e consequentemente aumento da safra agrícola, e que a agricultura deve dar "um empurrão" ao PIB deste ano.


(Por Eduardo Simões)

Fonte: Reuters

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