Inflação na Argentina sobe para 2,7% em dezembro e termina 2024 em 118%
BUENOS AIRES (Reuters) - A inflação mensal argentina subiu ligeiramente em dezembro na comparação com o mês anterior, segundo dados divulgados nesta terça-feira, embora a taxa anual tenha continuado a desacelerar em meio às duras medidas de austeridade e aos cortes de gastos promovidos pelo presidente libertário Javier Milei.
Com a taxa mensal de 2,7%, conforme estimado por analistas, a economia argentina encerrou o primeiro ano completo de Milei no cargo com uma inflação anual de 117,8%. A taxa acumulada em 12 meses vem diminuindo em relação ao pico registrado em abril, próximo a 300%.
Milei, que assumiu o cargo em dezembro de 2023, lançou um movimento de austeridade em todo o país, cortando muitos orçamentos públicos. Embora as taxas de pobreza tenham subido, as altas de preços têm desacelerado constantemente em relação aos impressionantes aumentos de dois dígitos a cada mês.
Ainda assim, muitos argentinos continuam a sentir o aperto em suas carteiras.
"As pessoas dizem que a inflação está caindo, mas aqui sempre recebemos mercadorias com preços diferentes, que sobem e sobem", disse o aposentado Juan Carlos Gonzalez, de 77 anos, que trabalha em uma barraca de produtos agrícolas para sobreviver.
A ligeira aceleração em relação à inflação mensal de 2,4% registrada em novembro, que analistas atribuíram aos típicos aumentos de preços sazonais, foi vista como uma boa notícia pelos mercados, que esperam que a inflação continue a arrefecer em 2025.
Os dados de dezembro "confirmam que o processo de desinflação continua", disse o ministro da Economia, Luis Caputo, no X.
(Por Kylie Madry, Hernan Nessi, Jorge Otaola, Walter Bianchi, Miguel Lo Bianco, Horacio Soria e Juan Bustamante)