Haddad diz que governo fechou 2024 com déficit fiscal de 0,1% do PIB e segue avaliando novas medidas

Publicado em 07/01/2025 14:37

BRASÍLIA (Reuters) - O governo federal encerrou 2024 com um déficit primário de 0,1% do Produto Interno Bruto (PIB), disse nesta terça-feira o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, acrescentando que o governo segue estudando novas iniciativas para sanear as contas públicas embora não goste do selo "pacote fiscal".

Em entrevista à GloboNews, Haddad afirmou que o déficit de 2024 deve alcançar 0,37% do PIB se considerados os gastos do governo com a calamidade provocada pelas chuvas no Rio Grande do Sul, mas essas despesas não são computadas para efeito de cumprimento da meta.

Caso o dado seja confirmado, o governo terá cumprido a meta fiscal de 2024, que prevê déficit zero, com tolerância de 0,25 ponto percentual do PIB para mais ou para menos. O dado oficial do resultado primário do ano ainda não foi divulgado.

"Depois de dez anos de desajuste, estamos fazendo um ajuste estrutural", disse.

Na entrevista, Haddad afirmou que não pode antecipar medidas em avaliação pelo governo.

Ele disse que "só o que se faz" na Fazenda é estudar novas iniciativas, argumentando que não gostaria de passar a ideia de que o governo prepara um novo pacote.

O ministro disse que sua equipe trabalha neste momento para adequar o Orçamento de 2025, ainda em tramitação no Congresso, às medidas fiscais aprovadas no encerramento do ano, defendendo também que as contas sejam desengessadas para que o governo tenha maior grau de liberdade.

Após pregar uma harmonização entre poderes em torno da necessidade de se alcançar o superávit fiscal, ele disse que o governo tem a função de sensibilizar para a necessidade de adotar medidas que parecem antipáticas, mas são benéficas para o país.

"Nós não fazemos pouco caso quando o Banco Central e o Tesouro alertam a administração sobre os riscos que estamos correndo... O governo tem agido e vai continuar agindo", afirmou.

De acordo com o ministro, o Fundo Monetário Internacional (FMI) reconheceu o esforço fiscal feito pelo Brasil como um dos maiores do mundo.

(Por Eduardo Simões e Bernardo Caram)

Fonte: Reuters

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