Ibovespa fecha em queda com mercado à espera de medidas fiscais; Santander cai mais de 5%
Por Paula Arend Laier
SÃO PAULO (Reuters) - O Ibovespa fechou com um declínio modesto nesta terça-feira, em mais uma sessão de volume financeiro abaixo da média, com agentes financeiros à espera de medidas fiscais prometidas pelo governo, enquanto Santander Brasil recuou mais de 5% após resultado trimestral e visão conservadora para expansão do crédito.
Índice de referência do mercado acionário brasileiro, o Ibovespa cedeu 0,37%, a 130.729,93 pontos, após avançar a 131.764,7 pontos na máxima e recuar a 130.693,36 pontos na mínima do dia. O volume financeiro somou 17,12 bilhões de reais, de uma média diária de 23,5 bilhões de reais no ano.
"O mercado aguarda ansiosamente medidas de cortes de gastos para equilibrar as contas públicas", afirmou Willian Queiroz, sócio e advisor da Blue3, acrescentando, porém, que o mercado está preferindo adotar posições mais cautelosas.
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, disse nesta terça-feira que o conjunto de medidas de contenção de gastos a ser apresentado pela área econômica do governo ainda está em análise pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva e não há uma data para ser divulgado.
Haddad e outros integrantes da equipe econômica afirmaram anteriormente que trabalham na elaboração de um pacote para fortalecer o arcabouço fiscal, com um foco principalmente nas despesas, ponto que tem causado desconfiança de analistas sobre a capacidade do governo de honrar seus compromissos fiscais.
No exterior, Wall Street teve um encerramento misto, com o S&P 500 subindo 0,16% e o Nasdaq avançando 0,78%, enquanto o Dow Jones recuou 0,36%, em um pregão volátil, com investidores digerindo uma série de balanços corporativos e aguardando os números da Alphabet.
DESTAQUES
- SANTANDER BRASIL UNIT caiu 5,13%, após balanço do terceiro trimestre, com o CEO afirmando que o banco deve continuar nos próximos trimestres com uma postura conservadora na expansão de sua carteira de crédito, em meio aos esforços do banco para ganhar rentabilidade e diante dos sinais de piora do ambiente macroeconômico do país.
- ITAÚ UNIBANCO PN cedeu 1,06%, enquanto BRADESCO PN perdeu 1,45% e BANCO DO BRASIL ON recuou 0,57%.
- VALE ON caiu 0,35%, em dia de baixa dos futuros do minério de ferro na China, onde o contrato mais negociado em Dalian encerrou as negociações diurnas em queda de 0,77%, a 777,5 iuanes (108,89 dólares) a tonelada.
- PETROBRAS PN recuou 0,22%, com agentes repercutindo dados de produção e vendas da estatal do terceiro trimestre, enquanto a CEO estimou que a produção tem uma tendência de crescimento em 2025 com a entrada em operação de plataformas relevantes já a partir deste ano. No exterior, o barril de petróleo Brent fechou em baixa de 0,42%.
- AZUL PN perdeu 4,58%, após disparar quase 14% na véspera, na esteira de acordo com credores para obter financiamento adicional.
- MARFRIG ON avançou 2,98%, tendo de pano de fundo anúncio da véspera de que recebeu 5,68 bilhões de reais com a conclusão da venda para unidade da Minerva de instalações de abate de bovinos e ovinos na Argentina, Brasil e Chile. O negócio também contemplava ativos do Uruguai, mas esses ativos ainda não tiveram autorização para venda por autoridades do país. MINERVA ON subiu 3,02%.