Ibovespa avança com ajuda de Vale e endosso dos DIs; Azil dispara

Publicado em 28/10/2024 10:10 e atualizado em 28/10/2024 11:25


Por Paula Arend Laier

SÃO PAULO (Reuters) - O Ibovespa avançava nesta segunda-feira, encontrando suporte relevante nas ações da Vale em meio ao avanço dos preços do minério de ferro na China, enquanto os papéis da Azul disparavam cerca de 9% após acordo com credores para financiamento adicional.

Por volta de 11h, o Ibovespa, referência do mercado acionário brasileiro, subia 0,86%, a 131.010,23 pontos, em movimento também endossado pelo alívio nas taxas dos contratos de DI. O volume financeiro no pregão somava 3,369 bilhões de reais.

De acordo com análise gráfica da equipe do BB Investimentos, a bolsa paulista permanece sem gatilhos para reversão da baixa acumulada em outubro, enquanto, na cena doméstica, investidores aguardam desdobramentos no campo fiscal, especialmente em relação a potenciais anúncios de contingenciamento de gastos.

Após adotar uma série de medidas arrecadatórias, a equipe econômica prometeu apresentar após o segundo turno das eleições municipais - que aconteceu nesse domingo - propostas para controlar gastos públicos, mas agentes financeiros não têm dado o benefício da dúvida ao governo.

Nesta sessão, agentes financeiros veem o alívio na curva de juros no Brasil mais relacionado ao tombo dos preços do petróleo no exterior do que uma maior confiança sobre eventuais medidas para uma trajetória sustentável das contas públicas.

Ainda no cenário brasileiro, a semana reserva uma bateria de resultados corporativos, incluindo os números de Weg, Ambev, Bradesco, CCR.

Nos Estados Unidos, a disputa presidencial permanece sob os holofotes, enquanto o calendário de divulgações da semana destaca PIB do terceiro trimestre, a inflação medida pelo PCE e dados do mercado de trabalho, além dos balanços de Alphabet, Apple e Microsoft, entre outras empresas.

Os pregões em Wall Street abriram com sinal positivo, enquanto o rendimento do título de 10 anos do Tesouro norte-americano marcava 4,254%, de 4,232% na última sexta-feira.


DESTAQUES

- AZUL PN disparava 9,33% após chegar a um acordo com detentores de títulos de dívida para obter financiamento adicional. A companhia aérea receberá 150 milhões de dólares esta semana e outros 250 milhões até o final do ano. O acordo pode incluir outros 100 milhões de dólares em financiamento e uma possível troca de dívida por ações no valor de até 800 milhões, se a empresa melhorar ainda mais seu fluxo de caixa e reduzir seus custos em cerca de 100 milhões de dólares por ano.

- VALE ON subia 1,15%, favorecida pelo avanço do minério de ferro no exterior, com o contrato futuro mais negociado em Dalian, na China, encerrando em alta de 2,35%, a 783,5 iuans (109,92 dólares) a tonelada. A mineradora também anunciou nesta segunda-feira parceria com chinesa Jinnan Steel para construção de usina em Omã. Na última sexta-feira, após o fechamento do mercado, informara a aprovação pelo conselho de administração de Marcelo Bacci como novo diretor financeiro.

- PETROBRAS PN caía 1,16% antes da divulgação de dados de produção e vendas do terceiro trimestre no final do dia, tendo como pano de fundo o tombo do petróleo no mercado externo, onde o barril de Brent caía 5,31%. Na sexta-feira, após o fechamento, a estatal divulgou que seu conselho de administração aprovou retomada das obras de construção da Unidade de Fertilizantes Nitrogenados (UFN-III), em Três Lagoas (MS), com investimentos previstos de 3,5 bilhões de reais.

- ITAÚ UNIBANCO PN avançava 1,56%, recuperando-se após um fechamento mais negativo na sexta-feira, assim como outros papéis do setor, como BRADESCO PN, que ganhava 2,21%. SANTANDER BRASIL UNIT valorizava-se 1,09% na véspera da divulgação do balanço do terceiro trimestre, previsto para a terça-feira, antes da abertura do mercado. Projeções compiladas pela LSEG apontam lucro líquido de 3,5 bilhões de reais. BANCO DO BRASIL ON operava estável.

- JBS ON subia 3,26%, em meio a relatórios com expectativas positivas para o resultado do terceiro trimestre, no dia 13 de novembro. O Goldman Sachs destacou que se trata da empresa com melhor "momentum" de resultados da sua cobertura, reiterou compra para os papéis e elevou o preço-alvo de 40,3 para 42,9 reais - um upside de quase 25% ante sexta-feira. O Bradesco BBI - que tem "outperform" e preço-alvo de 46 reais para as ações - também disse que espera resultados fortes

- HYPERA ON recuava 4,08%, ampliando o ajuste negativo da sexta-feira, após uma semana volátil, marcada pela repercussão de medidas que a companhia anunciou buscando otimizar seu capital e giro, bem como proposta - e recusa - para combinar seus negócios com a EMS.

Fonte: Reuters

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