Goldman Sachs diz que euro pode cair até 10% com tarifas e cortes de impostos de Trump
Por Harry Robertson
LONDRES (Reuters) - O Goldman Sachs disse nesta terça-feira que o euro pode cair até 10% - o que implica uma queda para menos de 1 dólar em relação aos níveis atuais - em um cenário no qual Donald Trump impõe tarifas generalizadas e corte de impostos caso vença a eleição presidencial dos Estados Unidos em 5 de novembro.
O ex-presidente republicano está em uma disputa acirrada com a vice-presidente democrata, Kamala Harris, pela Casa Branca, mas as promessas econômicas de Trump provavelmente teriam um impacto maior na Europa, um importante parceiro comercial dos Estados Unidos e da China.
O Goldman disse que um cenário no qual o Partido Republicano conquistasse a Presidência e uma maioria nas duas Casas do Congresso poderia levar a tarifas mais altas e cortes de impostos domésticos que atuariam como estímulo para a economia.
Uma tarifa de 10% dos EUA sobre todas as importações e uma taxa de 20% sobre produtos chineses, combinadas com cortes de impostos, poderiam fazer com que o dólar subisse de forma acentuada e o euro caísse de 8% a 10%, disse Michael Cahill, analista do Goldman Sachs, em uma nota nesta terça-feira.
O euro era negociado a 1,08255 dólar, em alta de 0,10% no dia.
A última vez que o euro foi negociado abaixo de 1 dólar foi em novembro de 2022.
Ambas as medidas provavelmente aumentariam a inflação, implicando em uma taxa de juros significativamente mais alta nos EUA do que na Europa, o que fortaleceria o apelo do dólar.
"Esperamos que a resposta mais forte do dólar venha de uma vitória dos republicanos, o que abriria a porta para aumentos maiores de tarifas em combinação com cortes de impostos domésticos", escreveu Cahill
Segundo Cahill, uma guerra comercial mais restrita, na qual Trump impõe apenas novas tarifas sobre a China, poderia fazer com que o euro caísse cerca de 3%.
"Uma vitória democrata ou um governo democrata dividido provavelmente resultaria em alguma queda inicial do dólar, já que os mercados reavaliariam a perspectiva de mudanças mais drásticas nas tarifas."