Ibovespa avança com apoio de Vale e cena corporativa em foco; Hypera desaba
Por Paula Arend Laier
SÃO PAULO (Reuters) - O Ibovespa avançava nesta segunda-feira, com as ações da Vale entre os principais suportes, enquanto o noticiário corporativo ocupava os holofotes, com entregas da Embraer, decisões da ANP envolvendo a Brava Energia e mudança na política de prazo de pagamento concedida a clientes da Hypera.
Por volta de 10:40, o Ibovespa, referência do mercado acionário brasileiro, subia 0,27%, a 130.847,45 pontos. O volume financeiro somava 2,274 bilhões de reais.
"O Ibovespa conseguiu se sustentar acima dos 130 mil pontos na última semana, mas a leitura geral dos gráficos e indicadores sugere que a tendência de baixa ainda prevalece no curtíssimo prazo", de acordo com analistas do BB Investimentos, citando que os recortes temporais dos gráficos dão sinais divergentes.
"No diário, o índice permanece em um canal secundário de baixa no curto prazo, onde vemos uma formação ainda incipiente de um triângulo de baixa, figura que denota continuidade da tendência estabelecida desde o fim do agosto", afirmaram em análise gráfica semanal enviada a clientes nesta segunda-feira.
"No semanal, uma flâmula pode estar em formação, o que representaria uma reversão de tendência (para alta) com próximos topos mais auspiciosos, com amplitude acima dos 10%."
Eles acrescentaram que, no radar dos investidores, o apetite a risco dos mercados deve ser orientado pelos dados de atividade nos EUA que serão divulgados esta semana, além dos desdobramentos em relação aos estímulos do mercado bancário na China e as discussões fiscais no Brasil.
DESTAQUES
- VALE ON avançava 0,53%, em sessão de alta do minério de ferro na China, onde o contrato futuro mais negociado na Bolsa de Mercadorias de Dalian encerrou as negociações do dia com alta de 1,45%. Investidores também repercutiam ainda detalhes de acordo de cerca de 170 bilhões de reais que deve ser assinado nesta semana pela mineradora, pela BHP e pela Samarco com autoridades brasileiras relacionado ao rompimento de barragem em Mariana (MG) em 2015.
- EMBRAER ON valorizava-se 3,17%, após divulgar na sexta-feira à noite que entregou 57 aeronaves não relacionadas à defesa nos três meses encerrados em setembro, crescimento de 33% em relação a um ano antes. A companhia informou que sua carteira de pedidos firmes somava 22,7 bilhões de dólares ao final de setembro, seu nível mais alto em 9 anos. A empresa também entregou duas aeronaves C-390 Millennium em sua divisão de defesa e segurança no período.
- BRAVA ON ganhava 2,01%, favorecida pela alta dos preços do petróleo no exterior, mas tendo também no radar anúncio pela empresa de que a ANP aprovou solicitações que permitirão a intensificação das atividades de manutenção e recuperação de integridade de unidades flutuantes no campo de Papa-Terra. A companhia manteve previsão de retomada da produção em dezembro. No setor, PETROBRAS PN registrava variação negativa de 0,43%.
- HYPERA ON desabava 14,49%, após decidir reduzir sua política de prazo de pagamento concedida a clientes, para otimizar capital de giro, conforme divulgado na última sexta-feira, após o fechamento do mercado. O CEO disse que a farmacêutica deve concluir uma parcela significativa da estratégia de otimização de capital de giro no quarto trimestre deste ano, mantendo os ajustes até o final de 2025 quando espera ter um nível de contas a receber de 60 dias.
- SABESP ON subia 1,47%, tendo como pano de fundo decisão da Câmara de Conciliação de Precatórios da Procuradoria Geral do Município de São Paulo relacionada a precatórios, que pode resultar em um pagamento de 455 milhões de reais à companhia de saneamento básico.
- LOCALIZA ON subia 1,02%, tendo no radar que a empresa aprovou a emissão de até 1 bilhão de reais em debêntures. Os recursos obtidos pela empresa com a operação serão utilizados para recomposição de caixa.
- ITAÚ UNIBANCO PN mostrava decréscimo de 0,06%, em dia majoritariamente negativo para ações de bancos do Ibovespa. BANCO DO BRASIL ON era a exceção, com acréscimo de 0,49%.
- WILSON SONS ON, que não faz parte do Ibovespa, caía 8,8%, após o grupo europeu de transporte marítimo MSC acertar acordo para comprar o controle da companhia por um valor equivalente a 17,50 reais por ação, em um negócio da ordem de 4,35 bilhões de reais. A ação da Wilson Sons encerrou na sexta-feira a 17,85 reais, um dia depois da empresa confirmar que seu controlador estava negociando a venda da totalidade de sua participação na companhia.
- RANDONCORP PN, que não faz parte do Ibovespa, cedia 1,86%, tendo como pano de fundo dados mostrando receita líquida de 976,6 milhões de reais em setembro, queda de 1% em relação ao mesmo período do ano passado.