Senado aprova indicação de Galípolo à presidência do Banco Central

Publicado em 08/10/2024 17:20

Por Bernardo Caram

BRASÍLIA (Reuters) - O Senado aprovou nesta terça-feira a indicação de Gabriel Galípolo para a presidência do Banco Central a partir de 2025, na primeira troca de comando da autoridade monetária sob a vigência da lei de autonomia operacional do órgão.

Aprovado por 66 votos a 5, o nome indicado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva substituirá Roberto Campos Neto, que está no posto desde 2019 por nomeação do ex-presidente Jair Bolsonaro e tem mandato no comando da autarquia até dezembro.

A aprovação ocorreu após sabatina feita pela Comissão de Assuntos Econômicos (CAE), na qual Galípolo foi questionado mais de uma vez sobre riscos de o governo exercer influência sobre a condução da política monetária após sua posse, respondendo que nunca foi pressionado no cargo e recebeu liberdade total para atuar no BC.

"Toda vez que me foi concedida a oportunidade de encontrar o presidente Lula, eu escutei de forma enfática e clara a garantia da liberdade na tomada de decisões e que o desempenho da função deve ser orientado exclusivamente pelo compromisso com o povo brasileiro", disse.

Ex-número dois do ministro Fernando Haddad na Fazenda, Galípolo atua desde julho de 2023 como diretor de Política Monetária do BC. Com bom trânsito na equipe econômica e no Congresso, além de contar com a confiança de Lula, ele foi indicado em agosto para a presidência da autarquia, uma escolha recebida sem surpresas pelo mercado.

Mestre em Economia Política, Galípolo foi sócio-diretor de consultoria especializada em estruturar concessões e Parcerias Público-Privadas, conselheiro da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp) e presidente do Banco Fator. Ele também é autor de livros em parceria com o economista desenvolvimentista Luiz Gonzaga Belluzzo.

Seguindo as regras da autonomia operacional do BC, aprovada em 2021 e que prevê mandatos de diretores não coincidentes com o do presidente da República, Lula alcançará no início de 2025 maioria de indicados na cúpula da autarquia, com sete dos nove diretores.

O governo ainda não divulgou o nome indicado para preencher a vaga que será desocupada por Galípolo na diretoria de Política Monetária nem os substitutos para as diretorias de Regulação e Relacionamento, que também ficarão vagas no fim do ano.

 

(Por Bernardo Caram; Reportagem adicional de Maria Carolina Marcello)

Fonte: Reuters

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