IGP-DI acelera mais do que o esperado em setembro com alta de commodities, mostra FGV
SÃO PAULO (Reuters) - A alta do Índice Geral de Preços-Disponibilidade Interna (IGP-DI) acelerou mais do que o esperado em setembro, devido ao avanço dos preços de commodities aos produtores e dos preços aos consumidores em vários itens, informou a Fundação Getulio Vargas (FGV) nesta segunda-feira.
O IGP-DI subiu 1,03% em setembro, depois de avanço de 0,12% no mês anterior, acima da expectativa em pesquisa da Reuters de alta de 0,80%. O resultado levou o índice a subir 4,83% em 12 meses.
"Commodities de peso no índice de preços ao produtor, como soja, bovinos, leite e laranja, registraram alta expressiva entre agosto e setembro, colocando os produtos agrícolas como os principais responsáveis pela aceleração da inflação ao produtor", disse André Braz, coordenador dos índices de preços.
No período, o Índice de Preços ao Produtor Amplo (IPA), que responde por 60% do indicador geral, acelerou para uma alta de 1,20% em setembro, após subir 0,11% no mês anterior.
No IPA, a alta nas Matérias-Primas Brutas foi o maior destaque de setembro, avançando 2,19% no mês, ante queda de 0,47% em agosto, sendo que as principais contribuições para esse movimento foram dos itens soja em grão (-2,03% para 6,51%), leite in natura (0,65% para 5,37%) e bovinos (2,75% para 5,87%).
Braz ainda destacou o resultado no Índice de Preços ao Consumidor (IPC) -- que responde por 30% do IGP-DI -- como um fator para o índice geral. O IPC teve alta de 0,63% em setembro, após recuar 0,16% em agosto.
Seis das oito classes de despesa que compõem o índice apresentaram acréscimo em suas taxas de variação: Habitação (-0,40% para 1,72%), Alimentação (-1,03% para 0,04%), Educação, Leitura e Recreação (-0,60% para 1,51%), Despesas Diversas (0,45% para 1,85%), Saúde e Cuidados Pessoais (0,14% para 0,37%) e Comunicação (0,16% para 0,31%).
O Índice Nacional de Custo de Construção (INCC), por sua vez, teve alta de 0,58% em setembro, de 0,70% antes.
O IGP-DI calcula os preços ao produtor, consumidor e na construção civil entre o 1º e o último dia do mês de referência.
(Por Fernando Cardoso)