Ibovespa sobe em sessão volátil após dados de inflação nos EUA
SÃO PAULO (Reuters) - O Ibovespa tentava se firmar no azul nesta sexta-feira, dividido entre o retorno do debate fiscal ao foco dos investidores e um viés levemente positivo das bolsas norte-americanas diante da divulgação de dados inflacionários nos Estados Unidos.
Por volta das 11h, o Ibovespa subia 0,33%, a 133.444,75 pontos, a caminho de acumular alta na semana, após registrar volatilidade no início do pregão. O volume financeiro somava 3,78 bilhões de reais.
Operadores aumentaram um pouco as apostas de que o Federal Reserve fará um segundo corte de 50 pontos-base na taxa de juros em novembro, após dados do Departamento de Comércio mostrarem que a inflação subiu modestamente em agosto.
Os gastos do consumidor avançaram 0,2% no mês passado, após um ganho não revisado de 0,5% em julho, abaixo da previsão de economistas de alta de 0,3%, conforme relatório desta sexta.
"Com as bolsas de Nova York sinalizando alta modesta, as reações nos mercados vão depender dos próximos dados econômicos e das falas dos representantes do Fed, que podem influenciar a percepção de risco e os rumos das taxas de juros", afirmou o head de research da Terra Investimentos, Régis Chinchila.
O amplo pacote de estímulos econômicos da China também permanecia impulsionando as ações de empresas ligadas ao setor de commodities, com Vale entre as principais beneficiadas.
O banco central chinês reduziu nesta sexta a taxa de compulsório de bancos e injetou liquidez no sistema bancário, mais uma medida de estímulo de Pequim para levar o crescimento econômico de volta à meta de aproximadamente 5% deste ano.
Na cena interna, as atenções se voltavam para a participação do presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, e do diretor de Política Econômica da autarquia, Diogo Guillen, em eventos em São Paulo.
A Fitch afirmou na quinta-feira que a política fiscal atual do Brasil e seus efeitos não estão acompanhando o forte desempenho da economia nacional e que os desafios para o governo federal devem persistir e crescer no próximo ano.
DESTAQUES
- VALE ON ganhava 0,84%, a caminho de apurar alta semanal de mais de 10%, apoiada por mais uma sessão de avanço dos futuros do minério de ferro na Ásia, após novos cortes nas taxas de juros na China e expectativas de mais estímulos fiscais e imobiliários. O contrato mais negociado na Bolsa de Mercadorias de Dalian (DCE) da China encerrou as negociações do dia com alta de 4,38%, a 750 iuanes (106,94 dólares) a tonelada, nível mais alto desde 2 de setembro.
- PRIO ON avançava 1,5%, após fechar acordo com a Sinochem para compra da participação da empresa asiática no campo de Peregrino, no Rio de Janeiro, por 1,9 bilhão de dólares. Segundo a petrolífera, sua produção irá aumentar em cerca de 35 mil barris por dia após a conclusão da aquisição, que ainda está sujeita a condições precedentes, incluindo aprovação pelo Cade.
- PETROBRAS PN operava estável, em meio a nova sessão de queda nos preços do petróleo no exterior, onde o barril de Brent recuava 0,63%, a 71,15 dólares.
- ITAÚ UNIBANCO PN avançava 0,14%, em sessão mista para o setor. BANCO DO BRASIL ON recuava 0,18%, BRADESCO PN valorizava-se 1,76% e SANTANDER BRASIL UNIT subia 0,42%.
- ENEVA ON subia 0,79%, em nova sessão positiva para a companhia, que anunciou na noite de quinta-feira a assinatura de um contrato flexível com a Termopernambuco, usina operada pela Neoenergia, para fornecimento de gás natural entre outubro e o final do primeiro semestre de 2026.
- SABESP ON recuava 0,6%, entre as principais contribuições de baixa para o Ibovespa, no último final de semana da companhia de saneamento básico antes da posse de seu novo presidente-executivo, Carlos Piani, em 1º de outubro.