Dólar tem leve alta ante o real puxado pelo exterior

Publicado em 25/09/2024 17:13 e atualizado em 25/09/2024 17:46

Por Fabricio de Castro

SÃO PAULO (Reuters) -O dólar fechou a quarta-feira em leve alta ante o real, influenciado pelo avanço firme da moeda norte-americana no exterior, em um dia marcado ainda pelos dados favoráveis de inflação divulgados no Brasil.

A moeda norte-americana à vista fechou em leve alta de 0,29%, cotada a 5,4774 reais. Em setembro, porém, o dólar acumula baixa de 2,82%.

Às 17h05, na B3 o contrato de dólar futuro de primeiro vencimento subia 0,39%, a 5,4755 reais na venda.

Logo na abertura da sessão, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) informou que o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo-15 (IPCA-15) avançou 0,13% em setembro, após alta de 0,19% em agosto. O percentual ficou abaixo das projeções em pesquisa da Reuters, que tinha mediana de 0,3% e intervalo de 0,21% a 0,32%. < BRIPCY=ECI>

Considerado uma espécie de prévia para a inflação oficial, o IPCA-15 foi bem recebido pelo mercado. Economistas destacaram números mais favoráveis em serviços e nos núcleos do IPCA-15, embora permaneçam as preocupações para os próximos meses, que tendem a ser de maior pressão sobre os preços.

Em reação, as taxas dos DIs registraram as mínimas do dia pouco depois da divulgação do IPCA-15, em meio à percepção de que o Banco Central pode não precisar elevar tanto a Selic quanto o originalmente esperado.

O dólar, que logo após a divulgação do indicador marcou a mínima do dia, ganhou força logo depois à medida que os investidores ponderavam os dados. Além do IPCA-15, os negócios eram influenciados pelo avanço firme da moeda norte-americana no exterior.

Neste cenário, após marcar a mínima de 5,4407 reais (-0,38%) às 9h04, o dólar à vista escalou até a máxima de 5,4979 reais (+0,67%) às 12h18.

Profissionais ouvidos pela Reuters têm ponderado nos últimos dias que após o Banco Central ter elevado a Selic em 25 pontos-base, para 10,75% ao ano, com o Federal Reserve cortando os juros em 50 pontos-base, para a faixa de 4,75% a 5,00%, haveria espaço para o dólar ceder a patamares mais baixos, próximos dos 5,40 reais ou abaixo disso.

No entanto, as preocupações com o equilíbrio fiscal do governo -- que justificaram o avanço firme do dólar na sexta e na segunda-feira -- têm servido de barreira para uma queda maior da divisa dos EUA.

No exterior, no fim da tarde o dólar seguia em alta ante a maior parte das demais divisas. Às 17h27, o índice do dólar -- que mede o desempenho da moeda norte-americana frente a uma cesta de seis divisas -- subia 0,73%, a 100,960.

Pela manhã, o BC vendeu todos os 12.000 contratos de swap cambial tradicional ofertados em leilão para rolagem do vencimento de 1º de novembro de 2024.

Também pela manhã o BC informou que o Brasil teve déficit em transações correntes de 6,589 bilhões de dólares em agosto, com o déficit acumulado em 12 meses totalizando o equivalente a 1,75% do Produto Interno Bruto. Já os investimentos diretos no país alcançaram 6,104 bilhões de dólares.

(Por Fabrício de CastroEdição de Pedro Fonseca)

Fonte: Reuters

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