Ibovespa sobe com apoio de commodities após pacote de estímulo da China
Por Patricia Vilas Boas
SÃO PAULO (Reuters) -O Ibovespa subiu mais de 1% nesta terça-feira, com papéis ligados a commodities, em especial os da Vale, entre os principais suportes de alta para o índice, após a China anunciar seu maior pacote de estímulo econômico desde a pandemia.
Índice acionário de referência da bolsa brasileira, o Ibovespa avançou 1,22%, a 132.155,76 pontos, chegando a retomar, no melhor momento da sessão, o patamar dos 133 mil pontos perdido na sexta-feira, a 133.072,68 pontos. Na mínima do dia, o índice foi a 130.569,95 pontos.
O volume financeiro somou 23,1 bilhões de reais.
"O tema de hoje é a China", resumiu a estrategista de ações no Research da XP, Jennie Li. "Esse é o principal catalisador para essa alta que a gente está vendo."
A China anunciou nesta terça-feira uma ampla gama de medidas para estimular a economia, estabilizar o setor imobiliário e restaurar a confiança do mercado, que incluem mais financiamento e cortes de juros.
O anúncio do estímulo chinês deu ânimo aos mercados globais e levou os preços dos contratos futuros de minério de ferro naquele país a registrarem o maior ganho intradiário em mais de um ano.
O viés positivo de ações de empresas ligadas a commodities referendou a alta do Ibovespa, que vinha de um cenário de maior aversão a risco, principalmente na sexta-feira, quando caiu 1,55%, e na segunda-feira, com menor intensidade, devido a receios sobre a área fiscal brasileira.
Nesta terça, o índice da bolsa paulista subiu rapidamente acima de 1% nos primeiros negócios e se manteve operando dentro de uma faixa estreita ao longo do pregão.
"Esse anúncio de estímulos pela China veio em um momento realmente de teste importante, de suporte nos 130 mil (pontos)", afirmou a analista de renda variável Bruna Sene, da Rico.
Nos Estados Unidos, os principais índices acionários fecharam em alta, com o S&P 500 registrando ganho de 0,25%, enquanto o rendimento do Treasury de 10 anos marcava 3,7318% no final da tarde, de 3,738% na véspera.
DESTAQUES
- VALE ON subiu 4,88%, a 60,34 reais, maior patamar de fechamento desde meados de julho, em linha com o avanço dos futuros do minério de ferro na China. O contrato mais negociado na Bolsa de Mercadorias de Dalian encerrou as negociações do dia com alta de 4,64%, a 699,5 iuanes (99,38 dólares) a tonelada, o maior aumento diário desde 29 de maio de 2023.
- USIMINAS PN valorizou-se 7,68%, CSN ON saltou 9,39% e CSN MINERAÇÃO ON subiu 4,11%, apoiadas no cenário positivo para as companhias do setor de mineração e siderurgia na bolsa brasileira.
- PETROBRAS PN avançou 0,41%, favorecida pela alta dos preços do petróleo no exterior, onde o barril de Brent fechou com elevação de 1,72%, a 75,17 dólares. No setor, PRIO ON subiu 4,4% e BRAVA ENERGIA ON disparou 8,72%.
- ITAÚ UNIBANCO PN encerrou com variação negativa de 0,03%, enquanto BRADESCO PN recuou 0,14% e BTG PACTUAL UNIT desvalorizou-se 0,27%.
- YDUQS ON fechou com alta de 2,13%, em meio à notícia de que estaria em conversas, assim como a Cruzeiro do Sul, para potencial acordo com a Vitru. Após o fechamento do mercado, a Vitru afirmou em comunicado que contratou bancos para assessorar a companhia na "análise de potenciais oportunidades", mas destacou que não celebrou até o momento qualquer memorando ou documento vinculante. No setor, COGNA ON teve avanço de 2,33%.
- AZUL PN perdeu 5,04%, apagando o ganho modesto da véspera. No final da tarde desta terça, a agência de classificação de risco Fitch rebaixou o rating da companhia aérea de "B-" para "CCC", citando um aumento do risco de refinanciamento da Azul e um perfil de fluxo de caixa mais fraco, desafiado pela depreciação do real brasileiro.
(Reportagem de Patricia Vilas BoasEdição de Alexandre Caverni)
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