Ibovespa avança puxado por Vale e Itaú; Ultrapar sobe 4%
Por Paula Arend Laier
SÃO PAULO (Reuters) - O Ibovespa mostrava um acréscimo modesto nesta segunda-feira, sustentado principalmente pelo desempenho das ações da Vale na esteira da alta do preço do minério de ferro na China, enquanto a mediana das previsões para a Selic na pesquisa Focus mostrou expectativa de alta neste mês.
Por volta de 10h50, o Ibovespa subia 0,37%, a 135.066,65 pontos. O volume financeiro somava 2,17 bilhões de reais.
No exterior, as bolsas em Nova York abriram em alta, com o S&P 500 subindo 0,9%, após acumular uma queda de mais de 4% na semana passada.
Investidores analisam dados de inflação dos Estados Unidos enquanto aguardam o desfecho da reunião de política monetária do Federal Reserve no próximo dia 18, ainda sem consenso sobre o ritmo de um bastante precificado corte de juros na maior economia do mundo.
De acordo com o estrategista sênior Michael Brown, da Pepperstone, dados de emprego dos EUA na última sexta-feira não ajudaram a definir o ritmo de cortes a ser adotado pelo Fed - 0,25 ou 0,50 ponto percentual. Isso "deixou os mercados hipersensíveis aos dados recebidos, querendo mais flexibilização do que provavelmente será entregue, potencialmente representando ventos contrários de curto prazo para o risco".
No Brasil, por sua vez, pesquisa Focus divulgada pelo Banco Central nesta segunda-feira passou a mostrar previsão de alta na taxa básica de juros na reunião de 17 e 18 de setembro do Comitê de Política Monetária (Copom), de 0,25 ponto percentual, com a Selic encerrando o ano a 11,25%, de 10,50% ao ano atualmente.
Análise gráfica da equipe do BB Investimentos afirmou que o Ibovespa começa a semana em cenário de indefinição, acrescentando que a linha dos 134,7 mil pontos representa o patamar mais importante do momento.
Citando que o fechamento da semana passada foi ligeiramente abaixo desse suporte, eles acrescentaram que, se confirmado o rompimento, o próximo objetivo gira em torno dos 131,7 mil pontos. Em caso de falso rompimento, o próximo objetivo de alta tem aproximadamente a mesma amplitude, para 137,3 mil pontos.
"Atualmente, o índice opera ao redor de uma linha de tendência de alta (LTA) traçada a partir de março de 2023, com apoio positivo de médias móveis (seguidores de tendência) e elevação dos volumes transacionados, mas com osciladores (indicadores antecedentes) já desgastados."
DESTAQUES
- VALE ON subia 0,95%, com os futuros do minério de ferro na China fechando em alta e quebrando uma série de seis dias de queda. No setor de mineração e siderurgia, CSN MINERAÇÃO ON caía 3,88%, enquanto CSN ON avançava 0,86%. Analistas do Itaú BBA cortaram a recomendação de CSN Mineração para "underperform", enquanto elevaram a de CSN para "market perform". GERDAU PN ganhava 2,09% e USIMINAS PNA cedia 1,5%.
- PETROBRAS PN avançava 0,56%, encontrando suporte na alta dos preços do petróleo, que se recuperavam no exterior após sequência de quedas Na última sexta-feira. A Reuters também noticiou que a Petrobras lançou uma licitação para o afretamento de até 10 navios de médio porte, tipo OSRV, que poderão somar contratos de até um 1 bilhão de dólares.
- ITAÚ UNIBANCO PN registrava elevação de 1,03%, acompanhado por BRADESCO PN, em alta de 0,64%, e BANCO DO BRASIL ON, com acréscimo de 0,52%, enquanto SANTANDER BRASIL UNIT perdia 0,19%.
- ULTRAPAR ON ganhava 4%, em meio a análises sobre o Investor Day do conglomerado na última sexta-feira. "Nossa tese de que o valor da empresa está na sua capacidade de gerar retornos em longo prazo por meio da alocação de capital foi o cerne da mensagem, e continuamos positivos em relação ao nome", afirmou o UBS BB, que reiterou recomendação de compra para a ação, mas cortou o preço-alvo de 33 para 32 reais.
- MARFRIG ON valorizava-se 4,28%, chegando a 15,35 reais na máxima até o momento, maior cotação intradia desde maio de 2022.
- AZUL PN caía 6,76%. A companhia reiterou no final da sexta-feira que está explorando com os principais "stakeholders diversas modalidades" de negócio para otimizar a sua estrutura de capital e que está analisando outras formas de captação de recursos por meio do Fundo Nacional de Aviação Civil (FNAC) e utilizando a Azul Cargo como garantia, no valor de até 800 milhões de dólares.
-CCR ON era negociada em baixa de 1,85%, no segundo pregão de ajuste negativo, após cinco altas seguidas até a última quinta-feira. No setor, ECORODOVIAS ON, que não faz parte do Ibovespa, cedia 0,78% após dados operacionais de agosto, mostrando alta de 12,4% ano a ano no volume de tráfego em suas rodovias.
- ASSAÍ ON recuava 1,59%, engatando a quarta sessão seguida de queda e renovando mínima histórica intradia no pior momento, a 8,94 reais. No setor, CARREFOUR BRASIL ON perdia 0,22% e GPA ON caía 0,95%.