PIB do Japão se recupera com aumento do consumo e reforça argumento por alta de juros
Por Makiko Yamazaki e Satoshi Sugiyama
TÓQUIO (Reuters) - A economia do Japão cresceu 3,1% no segundo trimestre em relação ao ano anterior, em um ritmo mais rápido do que o esperado, recuperando-se de uma queda no início do ano e registrando um forte aumento no consumo, o que apoia o argumento para outro aumento da taxa de juros no curto prazo.
O Banco do Japão já havia previsto que uma sólida recuperação econômica ajudaria a inflação a atingir de forma sustentável sua meta de 2% e justificaria um novo aumento nos juros, depois de tê-los elevado no mês passado em sua busca contínua para abandonar os anos de estímulo monetário maciço.
O aumento do Produto Interno Bruto (PIB) ficou acima da previsão mediana do mercado de alta de 2,1% e seguiu-se a uma contração revisada para cima de 2,3% no primeiro trimestre, segundo dados do governo divulgados nesta quinta-feira.
A leitura ainda mostrou um crescimento de 0,8% em relação ao trimestre anterior, superando a expansão de 0,5% esperada pelos economistas em pesquisa da Reuters.
"Os resultados são simplesmente positivos no geral, com sinais de um aumento no consumo privado apoiado pelo crescimento real dos salários", disse Kazutaka Maeda, economista do Meiji Yasuda Research Institute.
"Isso apoia a visão do Banco do Japão e é um bom presságio para novos aumentos dos juros, embora o banco central permaneça cauteloso, uma vez que o último aumento da taxa causou um forte aumento do iene."
O consumo privado, que responde por mais da metade da atividade econômica, aumentou 1,0%, em comparação com a previsão de uma alta de 0,5%, e foi o primeiro ganho em cinco trimestres.
O consumo privado tem sido um ponto fraco da economia japonesa, que sofreu uma estagnação no último ano, uma vez que as famílias estão enfrentando o aumento do custo de vida, atribuído em parte à alta dos preços de importação devido ao iene fraco.
A insatisfação popular com o aumento do custo de vida foi um dos fatores que levou o primeiro-ministro do Japão, Fumio Kishida, a anunciar sua saída do cargo no próximo mês.