Ibovespa tem oscilação tímida com Petrobras atenuando efeito de Wall Street
Por Paula Arend Laier
SÃO PAULO (Reuters) - O Ibovespa tinha variações discretas nesta segunda-feira, com o avanço dos pregões em Wall Street endossando o sinal positivo, mas a queda de ações como as da Petrobras, em dia de recuo das cotações do petróleo no exterior, pressionando os negócios.
Por volta de 11h10, o Ibovespa subia 0,2%, a 127.875,95 pontos, após acumular uma queda de 0,99% na semana passada, quando quebrou uma sequência de quatro ganhos semanais. Na máxima até o momento, chegou a 127.895,69 pontos. Na mínima, a 127.455,86 pontos. O volume financeiro somava 3,58 bilhões de reais.
As bolsas norte-americanas reagiam com alta à decisão do presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, de não concorrer a um segundo mandato na eleição de novembro. Biden declarou apoio a sua vice-presidente, Kamala Harris.
Uma das análises ao anúncio, em parte esperado após pressão recente para que Biden saísse da disputa com o ex-presidente republicano Donald Trump, é que os mercados podem se beneficiar de uma maior chance de um governo dividido sob a próxima administração.
No noticiário local, as atenções devem se voltar para a divulgação do Relatório de Avaliação de Receitas e Despesas Primárias do terceiro bimestre de 2024, prevista para as 15h30.
Para a equipe da Levante Inside Corp, a resposta dos ativos financeiros ao relatório dependerá da avaliação sobre os cortes a serem realizados pela Fazenda no orçamento deste ano, se suficientes ou não para atingir a meta de resultado primário.
A temporada de balanços corporativos também começa a ocupar as atenções no Brasil, com o resultado do segundo trimestre do Carrefour Brasil após o fechamento, enquanto a agenda da semana também inclui os dados de Santander Brasil e Vale, entre outros.
Análise gráfica da equipe do BB Investimentos observou que os últimos movimentos do Ibovespa sugerem inicialmente que a realização, se limitada ao primeiro dos suportes traçados, nos 125.800, pode servir para dar impulso a novas altas.
DESTAQUES
- SABESP ON avançava 4,09%, ainda embalada pela oferta de ações que privatizou a empresa de saneamento básico paulista, rendendo ao Estado de São Paulo 14,8 bilhões de reais. A liquidação da operação ocorre nesta segunda-feira. A ação saiu a 67 reais para fundos e pessoas físicas, mesmo preço ofertado pela Equatorial Energia para se tornar acionista de referência da companhia.
- PETROBRAS PN recuava 1,16%, em dia de queda dos preços do petróleo no exterior, onde o barril de Brent cedia 0,97%, a dólares. No noticiário, empresa química Unigel está exigindo da Petrobras ressarcimento por prejuízos com duas fábricas de fertilizantes arrendadas da estatal, mostrou uma carta vista pela Reuters, marcando outro revés nas negociações que visam reativar as unidades.
- LOJAS RENNER ON avançava 1,76%, favorecida pelo alívio na curva de DI, assim como relatório do JPMorgan recomendando exposição de curto prazo, na expectativa de revisão para cima nas previsões para os lucros.
- CARREFOUR ON valorizava-se 1,66% antes de reportar seu desempenho no período de março a junho. A equipe da Genial Investimentos estima que a companhia deve ser a grande surpresa positiva do setor de varejo alimentar no trimestre, com uma dinâmica de recomposição de rentabilidade em todas as verticais do grupo, conforme prévia divulgada na última quinta-feira.
- VALE ON cedia 0,28%, conforme os preços futuros de minério de ferro caíram nesta segunda-feira na China, mesmo após o banco central chinês cortar a taxa de juros de curto prazo e taxas de empréstimo de referência. O contrato da commodity mais negociado na Bolsa de Mercadorias de Dalian (DCE) encerrou as negociações do dia com queda de 0,31%, a 798,5 iuans (109,79 dólares) a tonelada.
- AZUL PN mostrava acréscimo de 0,95%, em dia de queda nas taxas dos DI, bem como alívio do dólar ante o real e declínio dos preços do petróleo no exterior.
- LWSA ON subia 2,54%, apoiada pela queda nas taxas futuras de juros, enquanto analistas da XP esperam que a companhia apresente resultados positivos na divulgação do balanço do segundo trimestre, prevista para 13 de agosto, apesar das fracas condições macro no segmento de e-commerce, conforme relatório enviado a clientes na semana passada.
- EMBRAER ON era negociada em baixa de 2,75%, após valorização na sexta-feira, na esteira de dados sobre entregas da companhia, com as atenções agora se voltando para a feira de aviação de Farnborough, na Inglaterra, nesta semana. O presidente-executivo da Embraer, Francisco Gomes Neto, informou na sexta-feira que espera trazer do evento novidades. Nesta segunda, a companhia oficializou a venda de nove cargueiros militares C-390 Millennium para a Holanda e a Áustria.
- ITAÚ UNIBANCO PN mostrava acréscimo de 0,12% e BRADESCO PN subia 0,72%, enquanto SANTANDER BRASIL UNIT, que divulga balanço na quarta-feira, antes da abertura do mercado, recuava 0,58%. BANCO DO BRASIL ON registrava variação positiva de 0,26%.
- QUALICORP ON, que não está no Ibovespa, ganhava cerca de 2,5%, após divulgar no sábado que a Controladoria-Geral da União (CGU) e a Advocacia-Geral da União (AGU) "sinalizaram" viabilidade de assinatura de acordo de leniência com a companhia, sob condições. O acordo trata de acusações que remontam a 2014, envolvendo o fundador e ex-presidente da empresa.