Ibovespa hesita após seis altas antes de fala de Powell
SÃO PAULO (Reuters) - O Ibovespa titubeava nesta terça-feira, com agentes financeiros à espera das declarações do chair do Federal Reserve, Jerome Powell, a um comitê do Senado norte-americano, principalmente se ele irá ratificar a percepção no mercado de corte de corte na taxa de juros em setembro.
Por volta de 10:40, o Ibovespa tinha variação negativa de 0,13%, a 126.385,88 pontos, após completar na véspera uma série de seis pregões fechando com sinal positivo. O volume financeiro somava 1,75 bilhão de reais.
Powell começa a falar a partir das 11h (horário de Brasília)perante o Comitê Bancário do Senado norte-americano, em sua participação semestral no Congresso dos EUA, que inclui ainda testemunho ao Comitê de Serviços Financeiro da Câmara dos Deputados na quarta-feira.
"O primeiro dia...é sempre o mais importante, pois conseguiremos captar o tom geral e as mensagens principais", afirmou a analista sênior Ipek Ozkardeskaya, do Swissquote Bank.
Ela disse que alguns esperam que Powell mostre cautela em relação ao progresso da inflação e diga aos parlamentares dos EUA para serem pacientes até que o Fed reúna provas suficientes de que a inflação está num caminho sólido em direção ao seu objetivo de 2%.
"Mas há uma possibilidade de que ele pareça um pouco mais otimista e disposto a cortar as taxas de juro mais cedo ao invés de mais tarde, apontando para o abrandamento do crescimento econômico e a arrefecimento do mercado de trabalho -- o que acabará por ajudar a abrandar a inflação", acrescentou.
No mercado, predomina a aposta de que o banco central dos EUA promoverá dois cortes na taxa de juros ainda neste ano, com um primeiro ocorrendo em setembro.
Em Wall Street, o S&P 500, uma das referências do mercado acionário norte-americano, subia 0,2% nos primeiros negócios, renovando máxima histórica. O rendimento do título de dez anos do Tesouro dos EUA marcava 4,2939%, de 4,269% na véspera.
Investidores do mercado brasileiro também monitoram movimentações em Brasília. O deputado Reginaldo Lopes (PT-MG), que integra grupo de trabalho da reforma tributária, disse na véspera ter expectativa de finalizar a votação de projeto de regulamentação da reforma tributária na Câmara nesta semana.
DESTAQUES
- BANCO DO BRASIL ON perdia 0,84%, em sessão negativa para bancos como um todo, com ITAÚ UNIBANCO PN em baixa de 0,61% e BRADESCO PN cedendo 0,24%. BTG PACTUAL UNIT caía 0,96%.
- VALE ON recuava 0,51%, acompanhando a fraqueza dos futuros do minério de ferro na China, onde o contrato mais negociado na Dalian Commodity Exchange encerrou o dia em baixa de 0,5%.
- PETROBRAS PN subia 0,16%, mesmo com o sinal negativo nas cotações do petróleo no mercado externo e desempenho robusto na véspera, na esteira de anúncio de reajuste dos preços da gasolina.
- IGUATEMI UNIT avançava 1,24%, após divulgar na noite da véspera aquisição, em conjunto com um fundo da BB Asset, de 54% do Shopping RioSul, localizado no Rio de Janeiro. O aporte da Iguatemi na operação será de cerca de 360 milhões de reais e representa uma participação de 16,6% no empreendimento.
- SABESP ON era negociada em alta de 1,17%, conforme segue suscetível a expectativas relacionadas à oferta de ações que privatizará a companhia de saneamento básico do Estado de São Paulo, que terá a fixação do preço por papel definida no próximo dia 18 de julho.
- CARREFOUR BRASIL ON cedia 1,45%, tendo no radar notícia da Agência Estado/Broadcast de que acertou o formato da operação de cisão dos seus ativos imobiliários -- que tende a ser a maior transação de compra e venda de empreendimentos imobiliários com foco no varejo da América Latina.
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(Por Paula Arend Laier)