Ibovespa marca 5º pregão positivo com apoio de NY e sobe quase 2% na semana
Por Patricia Vilas Boas
SÃO PAULO (Reuters) - O Ibovespa fechou com avanço modesto nesta sexta-feira, seu quinto pregão no azul, em dia positivo para os índices em Nova York, com dados apontando para fraqueza do mercado de trabalho dos Estados Unidos, o que apoiou as expectativas de corte de juros pelo Federal Reserve.
Índice de referência do mercado acionário brasileiro, o Ibovespa fechou com acréscimo de 0,08%, a 126.267,05 pontos, marcando 126.661,59 pontos na máxima e 125.556,48 pontos na mínima da sessão.
O indicador da bolsa paulista registrou sua terceira alta semanal, subindo 1,91% nos últimos cinco dias, em um momento de melhora do humor doméstico após uma série de quedas semanais.
O volume financeiro somou 19,8 bilhões de reais.
A falta de grandes "motivadores" para agitar a bolsa, que já vinha de uma sessão de liquidez reduzida na véspera por feriado do Dia da Independência nos EUA, levou o índice a operar de lado neste pregão, afirmou o analista Sidney Lima, da Ouro Preto Investimentos.
Em Wall Street, os índices acionários fecharam em alta, após dados recentes sinalizarem fraqueza do mercado de trabalho norte-americano e puxarem os rendimentos dos Treasuries para baixo, com o retorno do título de dez anos marcando 4,2784% no final da tarde, de 4,3470% na véspera.
O crescimento do emprego nos EUA desacelerou marginalmente em junho, mostraram dados do Departamento do Trabalho, e a taxa de desemprego subiu para o nível mais alto em mais de dois anos e meio, enquanto os ganhos salariais diminuíram, sustentando as apostas de cortes de juros pelo Fed em setembro.
"A bolsa está em um terreno de indefinição, isso tudo está acontecendo por conta da falta de novidades grandiosas... e se a gente olha para o mercado internacional, a bola da vez era o 'payroll', e ele, no geral, veio dentro dos conformes", afirmou Lima.
Na visão do gestor e analista da Buena Vista Capital, Renato Nobile, o ganho modesto da bolsa brasileira no dia sinaliza uma tendência de recuperação observada recentemente após a moderação no discurso do presidente Luiz Inácio Lula da Silva em relação ao Banco Central e uma maior atenção sobre os gastos do governo.
"O momento está mais favorável, principalmente com o mercado precificando possíveis duas quedas de juros nos EUA e com os ânimos mais calmos aqui no Brasil."
DESTAQUES
- SUZANO ON perdeu 3,95%, engatando a quarta sessão de queda consecutiva, após a disparada da semana passada (+16,7%), quando anunciou a desistência dos planos para comprar a International Paper. No setor, KLABIN PN, outra grande exportadora de papel e celulose, recuou 2,33%.
- VALE ON recuou 0,41%, acompanhando o declínio dos futuros do minério de ferro na China, onde o contrato mais negociado na Bolsa de Mercadorias de Dalian encerrou em queda de 2%, a 845,5 iuanes (116,3 dólares) a tonelada.
- EMBRAER ON caiu 4,51%, devolvendo ganhos após dois pregões de alta, penalizada pelo alívio do dólar contra o real. Na semana, o papel fechou com queda de 0,91%.
- PETROBRAS PN fechou com variação positiva de 0,54%, apesar da queda nos preços do petróleo no exterior, onde o barril de Brent encerrou em baixa de 1,02%, a 86,54 dólares o barril.
- GPA ON disparou 7,51%, com analistas da Ativa Research citando notícia sobre intenção do grupo francês Casino de vender sua participação na empresa. Procurado pela Reuters, o GPA não comentou a reportagem. O Casino não respondeu de imediato a pedido de comentário.
- VIBRA ON avançou 2,89%, após seu conselho de administração aprovar programa de recompra de até 98,7 milhões de reais a um valor limitado de 1,2 bilhão de reais, com prazo de 18 meses.
- BANCO DO BRASIL ON caiu 0,45%, tendo de pano de fundo anúncio de 260 bilhões de reais para o financiamento da safra 2024/2025, o maior de sua história e equivalente a um aumento de 13% em relação ao realizado na safra anterior.
- ITAÚ UNIBANCO PN fechou com acréscimo de 0,06% e BRADESCO PN encerrou com alta de 1,14%.
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(Reportagem de Patricia Vilas Boas)