Ibovespa mantém fraqueza e arrisca 6ª queda; Vale pesa
Por Paula Arend Laier
SÃO PAULO (Reuters) - O Ibovespa mostrava fraqueza nesta quarta-feira, ameaçando completar seis pregões seguidos de baixa, com Vale entre as maiores pressões de queda e agentes financeiros ainda calculando os potenciais efeitos de mudanças na compensação de créditos de PIS/Cofins nas empresas.
Por volta de 11h20, o Ibovespa, referência do mercado acionário brasileiro, tinha variação negativa de 0,17%, a 121.594,89 pontos, já tendo marcado 121.861,11 pontos na máxima e 121.317,90 pontos na mínima até o momento. O volume financeiro somava 3,7 bilhões de reais.
O governo editou na terça-feira uma medida provisória com mudanças no sistema de créditos de PIS/Cofins, a fim de compensar a desoneração da folha salarial de 17 setores da economia e municípios de pequeno porte, prevendo que isso ampliará as receitas em 29,2 bilhões de reais em 2024.
Para analistas do Bradesco BBI, empresas de alimentos, distribuição de combustíveis, agricultura e farmacêuticas devem ser as mais afetadas pela medida, que limita o uso de créditos para compensação, com exportadoras de café, laranja, suíno, frango e carne provavelmente sendo as mais impactadas.
Em Nova York, prevalecia o sinal positivo nas bolsas, com o S&P 500 em alta de 0,34%, enquanto o rendimento do Treasury de 10 anos rondava a estabilidade, após dados mostrando criação de empregos menor do que o esperado nos EUA, mas que o setor de serviços voltou crescer em maio.
DESTAQUES
- VALE ON recuava 0,78%, com os futuros do minério de ferro na China completando cinco sessões de baixa. A mineradora anunciou acordo de 1,8 bilhão de reais para melhorar a eficiência da frota de locomotivas na ferrovia que liga suas operações em Carajás (PA) a portos exportadores.
- PETROBRAS PN tinha acréscimo de 0,18%, com o petróleo mostrando sinal positivo no exterior. O barril de Brent subia 0,36%. Analistas do UBS BB também reiteraram recomendação de "compra" para as ações da estatal e elevaram o preço-alvo dos papéis de 43 para 49 reais.
- ITAÚ UNIBANCO PN cedia 0,6% e BRADESCO PN perdia 0,31%.
- WEG ON caía 1,14% tendo no radar relatório de Goldman Sachs cortando a recomendação das ações para "venda", embora tenha elevado o preço-alvo de 38,80 para 40 reais. CCR ON, que também teve um "downgrade" dos analistas do Goldman Sachs, mas para "neutra", era negociada em baixa de 1,25%.
- MAGAZINE LUIZA ON mostrava acréscimo de 2,92%, após tombo na véspera, quando reagiu a mudanças no sistema de créditos de PIS/Cofins e decisão do relator no Senado do projeto que institui Programa Mover de retirar do texto a cobrança de imposto sobre compras internacionais de até 50 dólares.
- LOCALIZA ON avançava 0,89%, também reagindo ao relatório do Goldman Sachs, que elevou a recomendação dos papéis para "compra", embora o preço-alvo alvo tenha caído de 60,10 para 59,20 reais. No mesmo embalo, RUMO ON, que também teve "upgrade" do banco para "compra", subia 0,25%,
- VIVARA ON recuava 2,17%, renovando mínima intradia em cerca de um ano. A companhia anunciou na véspera pedido de renúncia de Marina Kaufman Bueno Netto do cargo de diretora de Marketing e de Recursos Humanos. O colegiado ainda aprovou a eleição de três novos diretores estatutários.
- LWSA ON perdia 2,9%, no segundo pregão de ajuste de baixa, após forte valorização nos três pregões anteriores, quando acumulou um ganho de quase 9%, em parte impulsionado pelo anúncio de um programa de recompra de ações.