Desemprego global terá pequena queda em 2024, diz OIT
Por Matteo Allievi
(Reuters) - A taxa de desemprego global deve cair de 5,0% em 2023 para 4,9% este ano, mesmo com a persistência das desigualdades nos mercados de trabalho, disse a Organização Internacional do Trabalho (OIT) nesta quarta-feira.
Em janeiro, a OIT, uma agência da Organização das Nações Unidas, estimou que o desemprego subiria para 5,2% devido a um aumento esperado do desemprego nas economias avançadas.
A revisão se deve principalmente às taxas de desemprego mais baixas do que o esperado na China, na Índia e nos países de alta renda registradas até agora este ano, disse a agência.
"O crescimento da China não foi tão ruim quanto se previa no final do ano passado, já que as autoridades chinesas conseguiram mais uma vez manter a bola rolando por mais algum tempo", disse Richard de Chazal, analista macroeconômico do grupo de bancos de investimento William Blair.
A tendência de queda do desemprego deve se estabilizar em 2025, com o desemprego permanecendo em 4,9%, segundo o relatório.
O crescimento econômico global foi um pouco mais robusto do que o esperado nos primeiros meses de 2024, particularmente nos Estados Unidos, enquanto a inflação vem diminuindo, dando um fôlego à renda das famílias.
No médio prazo, a situação permanece incerta devido aos ajustes de política monetária e fiscal esperados globalmente, com políticas macroeconômicas restritivas tendo um efeito defasado sobre o mercado de trabalho, acrescentou.
Apesar da melhora nas perspectivas, a organização sediada em Genebra destacou a falta "persistente" de oportunidades de emprego.
Ela estima que a lacuna de empregos, que mede o número de pessoas sem emprego, mas que desejam trabalhar, será de 402 milhões de pessoas em 2024, acima dos 399 milhões do ano passado.
O relatório mostrou que o mercado de trabalho continua sendo um "campo de jogo desigual", especialmente para as mulheres, disse o diretor-geral da OIT, Gilbert F. Houngbo, com a lacuna de empregos para elas tendo chegado a 22,8% nos países de baixa renda, em comparação a 15,3% para os homens.