Ibovespa recua antes de ata do Fomc

Publicado em 22/05/2024 10:58 e atualizado em 22/05/2024 11:33

Por Paula Arend Laier

SÃO PAULO (Reuters) - O Ibovespa recuava nesta quarta-feira, engatando a quarta queda consecutiva, em meio à cautela antes da divulgação da ata da última decisão de política monetária do banco central dos Estados Unidos, prevista para a parte da tarde.

Às 10h49, o Ibovespa caía 0,62%, a 126.627,95 pontos. O volume financeiro somava 2,76x bilhões de reais.

Investidores aguardam a ata da última decisão do Comitê Federal de Mercado Aberto (Fomc) do Federal Reserve, uma vez que persistem incertezas sobre os próximos passos do BC norte-americano, principalmente quando ocorrerá um amplamente aguardado primeiro corte na taxa de juros da maior economia do mundo.

De acordo com a Ágora Investimentos, integrantes do Fed têm repetido que é preciso mais confiança na continuidade do processo de desinflação alguma mudança na política monetária, "o que tem trazido bastante volatilidade às apostas sobre o timing - por ora, setembro parece ser a opção mais provável".

Em Wall Street, o S&P 500, uma das referências do mercado acionário dos EUA, rondava a estabilidade, enquanto o rendimento do título de 10 anos do Tesouro norte-americano marcava 4,4316%, de 4,414% na véspera.

A ata do Fomc, prevista para as 15h (horário de Brasília), é referente à decisão de 1 de maio, quando o Fed manteve as taxas de juros estáveis nesta quarta-feira, na faixa de 5,25% a 5,50%.

Na ocasião, a autoridade monetária sinalizou que ainda está inclinada a eventuais reduções nos custos de empréstimos nos EUA, mas avaliou as recentes leituras de inflação como decepcionantes e sugeriu uma possível estagnação do movimento em direção a mais equilíbrio na economia.

DESTAQUES

- VALE ON subia 0,12%, com o minério de ferro atingindo uma máxima em três meses na China e investidores apostando em uma demanda melhor após o apoio de Pequim ao setor imobiliário local. O contrato mais negociado na Bolsa de Mercadorias de Dalian encerrou as negociações do dia com alta de 2,7%, a 921 iuans (127,22 dólares) a tonelada, atingindo seu nível mais alto desde 19 de fevereiro. Foi a quinta sessão consecutiva de alta, totalizando um ganho de 7,2%.

- PETROBRAS PN era negociada com declínio de 0,33%, em dia de queda do petróleo no exterior e com decisão na véspera do Superior Tribunal de Justiça que negou à companhia recurso contra a cobrança de cerca de 987 milhões de reais em impostos.

- ITAÚ UNIBANCO PN recuava 0,82% e BRADESCO PN perdia 0,67%.

- SUZANO ON cedia 0,47%, após confirmar interesse nos ativos da International Paper, conforme reportagens da Reuters, mas negou haver por ora qualquer acordo envolvendo uma potencial transação. A Reuters publicou em 7 de maio que a Suzano contatou a IP para expressar interesse em uma aquisição, toda em dinheiro, que poderia ser avaliada em quase 15 bilhões de dólares. Na segunda-feira, noticiou que a brasileira tem discutido com seus assessores sobre melhorar a oferta.

- MINERVA ON caía 1,44% e MARFRIG ON tinha variação negativa de 0,08%, após a autoridade concorrencial uruguaia Coprodec rejeitar um pedido da Minerva para a compra de três unidades de abate da Marfrig no país. A Minerva disse que está avaliando os termos da decisão e que deve apresentar recurso "nos próximos dias".

- XP INC, que é negociada em Nova York, desabava 8,22%, em meio à avaliação do resultado do primeiro trimestre, com lucro líquido de 1,03 bilhão de reais, alta de 29% frente ao mesmo período de 2023 e recorde para os primeiros três meses do ano, com o desempenho da receita bruta ajudado pelo varejo, principalmente o segmento de renda fixa.

Fonte: Reuters

NOTÍCIAS RELACIONADAS

Ibovespa tem leve recuo, mas sela ganho semanal apoiado em estímulos na China
Dólar à vista fecha em baixa de 0,16%, a R$5,4363 na venda
Dow Jones fecha em alta recorde, com inflação moderada também impulsionando small caps
Ibovespa fecha estável, mas tem ganho semanal com estímulos da China em foco
Taxas sobem em DIs a partir de 2026 após dados fortes do mercado de trabalho
Brasil desenha proposta para atrair investimentos chineses em visita de Xi Jinping