Ibovespa recua antes de ata do Fomc
Por Paula Arend Laier
SÃO PAULO (Reuters) - O Ibovespa recuava nesta quarta-feira, engatando a quarta queda consecutiva, em meio à cautela antes da divulgação da ata da última decisão de política monetária do banco central dos Estados Unidos, prevista para a parte da tarde.
Às 10h49, o Ibovespa caía 0,62%, a 126.627,95 pontos. O volume financeiro somava 2,76x bilhões de reais.
Investidores aguardam a ata da última decisão do Comitê Federal de Mercado Aberto (Fomc) do Federal Reserve, uma vez que persistem incertezas sobre os próximos passos do BC norte-americano, principalmente quando ocorrerá um amplamente aguardado primeiro corte na taxa de juros da maior economia do mundo.
De acordo com a Ágora Investimentos, integrantes do Fed têm repetido que é preciso mais confiança na continuidade do processo de desinflação alguma mudança na política monetária, "o que tem trazido bastante volatilidade às apostas sobre o timing - por ora, setembro parece ser a opção mais provável".
Em Wall Street, o S&P 500, uma das referências do mercado acionário dos EUA, rondava a estabilidade, enquanto o rendimento do título de 10 anos do Tesouro norte-americano marcava 4,4316%, de 4,414% na véspera.
A ata do Fomc, prevista para as 15h (horário de Brasília), é referente à decisão de 1 de maio, quando o Fed manteve as taxas de juros estáveis nesta quarta-feira, na faixa de 5,25% a 5,50%.
Na ocasião, a autoridade monetária sinalizou que ainda está inclinada a eventuais reduções nos custos de empréstimos nos EUA, mas avaliou as recentes leituras de inflação como decepcionantes e sugeriu uma possível estagnação do movimento em direção a mais equilíbrio na economia.
DESTAQUES
- VALE ON subia 0,12%, com o minério de ferro atingindo uma máxima em três meses na China e investidores apostando em uma demanda melhor após o apoio de Pequim ao setor imobiliário local. O contrato mais negociado na Bolsa de Mercadorias de Dalian encerrou as negociações do dia com alta de 2,7%, a 921 iuans (127,22 dólares) a tonelada, atingindo seu nível mais alto desde 19 de fevereiro. Foi a quinta sessão consecutiva de alta, totalizando um ganho de 7,2%.
- PETROBRAS PN era negociada com declínio de 0,33%, em dia de queda do petróleo no exterior e com decisão na véspera do Superior Tribunal de Justiça que negou à companhia recurso contra a cobrança de cerca de 987 milhões de reais em impostos.
- ITAÚ UNIBANCO PN recuava 0,82% e BRADESCO PN perdia 0,67%.
- SUZANO ON cedia 0,47%, após confirmar interesse nos ativos da International Paper, conforme reportagens da Reuters, mas negou haver por ora qualquer acordo envolvendo uma potencial transação. A Reuters publicou em 7 de maio que a Suzano contatou a IP para expressar interesse em uma aquisição, toda em dinheiro, que poderia ser avaliada em quase 15 bilhões de dólares. Na segunda-feira, noticiou que a brasileira tem discutido com seus assessores sobre melhorar a oferta.
- MINERVA ON caía 1,44% e MARFRIG ON tinha variação negativa de 0,08%, após a autoridade concorrencial uruguaia Coprodec rejeitar um pedido da Minerva para a compra de três unidades de abate da Marfrig no país. A Minerva disse que está avaliando os termos da decisão e que deve apresentar recurso "nos próximos dias".
- XP INC, que é negociada em Nova York, desabava 8,22%, em meio à avaliação do resultado do primeiro trimestre, com lucro líquido de 1,03 bilhão de reais, alta de 29% frente ao mesmo período de 2023 e recorde para os primeiros três meses do ano, com o desempenho da receita bruta ajudado pelo varejo, principalmente o segmento de renda fixa.