Medidas de compensação da desoneração serão anunciadas na semana que vem, diz Haddad

Publicado em 17/05/2024 15:11 e atualizado em 17/05/2024 16:51

BRASÍLIA (Reuters) -O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou nesta sexta-feira que devem ser anunciadas na próxima semana, após análise da Casa Civil, medidas para compensar o impacto fiscal da desoneração da folha de pagamentos.

"Isso (impacto fiscal e medidas compensatórias) vai ser anunciado semana que vem, quando a medida que nós apresentamos para o presidente for devidamente processada na Casa Civil. Estamos fazendo análises de impacto neste momento", disse em entrevista a jornalistas na sede da pasta.

A Fazenda chegou a um acordo com o Congresso Nacional e os 17 setores econômicos com direito à desoneração para que o benefício seja mantido em 2024 e, a partir de 2025 seja estabelecida uma reoneração gradual.

Uma proposta sobre o tema já foi apresentada e deve ser votada nos próximos dias sob a relatoria do senador Jaques Wagner (PT-BA), líder do governo no Senado, de acordo com Pacheco.

Em relação à desoneração da folha dos municípios, o tema ainda está em negociação. O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), disse na quinta-feira que Executivo e Legislativo estão em busca de um acordo amplo e que a maior parte das reivindicações dos municípios estão sendo atendidas. Haddad disse que "certamente" a Fazenda terá, na semana que vem, dados da renúncia fiscal necessária para atender as prefeituras.

Em abril, o ministro do STF Cristiano Zanin atendeu um pedido da Advocacia-Geral da União (AGU) e concedeu uma liminar suspendendo trechos da lei aprovada pelo Congresso que prorrogou a desoneração. Na quinta-feira, a AGU entrou com um pedido para que o Supremo Tribunal Federal suspenda os efeitos da liminar por 60 dias.

PETROBRAS

Haddad também comentou a troca da presidência da Petrobras, lembrando que a decisão é prerrogativa do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. O ministro afirmou que pode ter opinado no processo, mas garantiu que não houve interferência de ministros.

“(O presidente da Petrobras) é quase um ministro. A pessoa tem que ter uma relação muito próxima ao presidente da República...então, é natural que possa haver uma troca, a depender do julgamento do chefe do Executivo", disse Haddad. Ele acrescentou que os ministros podem auxiliar quando chamados, mas que a escolha é do presidente.

A Petrobras anunciou na noite de terça-feira a saída do presidente-executivo da estatal, Jean Paul Prates, e a intenção de indicar Magda Chambriard, ex-diretora-geral da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), como substituta.

(Reportagem de Victor Borges, reportagem adicional de Maria Carolina MarcelloEdição de Pedro Fonseca e Isabel Versiani)

Fonte: Reuters

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