Rio Grande do Sul estima R$14 bi de perda de arrecadação; reconstrução acima dos R$19 bi previstos
(Reuters) - O governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite (PSDB), estimou nesta sexta-feira em 14 bilhões de reais a perda de arrecadação do Estado devido às enchentes que devastaram o local, e pediu ajuda do governo federal para recompor esse montante.
"Estudos preliminares da Secretária da Fazenda apontam a possibilidade de um impacto de cerca de 14 bilhões de reais na arrecadação do Estado", disse Leite em entrevista coletiva em Porto Alegre, acrescentando que a estimativa ainda é "prematura".
O governador afirmou ainda que, caso a perda de arrecadação não seja reposta, a suspensão dos pagamentos da dívida do Estado com a União pelos próximos três anos -- conforme sancionado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva -- servirá apenas para "amortecer" as perdas, e não como caixa livre para o Rio Grande do Sul investir em sua reconstrução.
Segundo Leite, o custo de reconstrução do Rio Grande do Sul superará os 19 bilhões de reais estimados inicialmente.
"Esses 19 bilhões preliminarmente apresentados nós já sabemos que será bastante maior. Estávamos olhando especificamente para equipamentos públicos afetados, rodovias, algo de infraestrutura privada", disse.
"Quando a gente pega todo o impacto econômico, parques industriais, cadeias produtivas afetadas, as necessidades de programas emergenciais... a gente sabe que vai um valor muito maior do que esse", afirmou.
O governandor indicou que a apresentação de uma nova estimativa para o custo da reconstrução só ocorrerá quando todas as perdas estiverem bem apuradas.
O número de mortes confirmadas em decorrência das enchentes que devastaram o Rio Grande do Sul subiu para 154 nesta sexta-feira, informou a Defesa Civil estadual, acrescentando que as equipes de resgate ainda procuram por 98 pessoas desaparecidas.
De acordo com o balanço da Defesa Civil gaúcha, mais de 2,2 milhões de pessoas em 461 dos 497 municípios do Estado foram afetadas pelas fortes chuvas das últimas semanas. O desastre, a maior tragédia climática da história do Estado, também deixou mais de 540 mil pessoas desalojadas e 806 feridas.
(Por Fernando Cardoso e Eduardo Simões, em São Paulo)