Dólar cai mais de 1% com melhora na perspectiva de crédito do Brasil e após Fed

Publicado em 02/05/2024 10:15 e atualizado em 02/05/2024 12:48

 

Por Luana Maria Benedito

SÃO PAULO (Reuters) - O dólar caía mais de 1% nesta quinta-feira depois que a agência de classificação de risco Moody's elevou a perspectiva de crédito do Brasil, enquanto o ambiente internacional se mostrava favorável a risco após o Federal Reserve ter reforçado a visão de que cortará juros este ano.

Às 10h10 (de Brasília), o dólar à vista caía 1,16%, a 5,1324 reais na venda. Na B3, o contrato de dólar futuro de primeiro vencimento caía 1,33%, a 5,148 reais na venda.

A Moody's reafirmou na quarta-feira a classificação de risco de crédito do Brasil em Ba2 e alterou a perspectiva do país de "estável" para "positiva", conforme comunicado da agência de rating.

De acordo com a Moody's, a alteração da perspectiva para "positiva" é sustentada pela avaliação de que "um crescimento mais robusto, combinado com um progresso contínuo, embora gradual, em direção à consolidação fiscal, pode permitir a estabilização do peso da dívida do Brasil".

Vários participantes do mercado citaram esse desdobramento como positivo para os ativos brasileiros, embora tenham destacado que isso não significa que é possível baixar a guarda em relação à saúde fiscal do país, com a própria Moody's citando "solidez fiscal ainda relativamente fraca".

O Inter disse em relatório a clientes que o fato de o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, ter atribuído a melhora da perspectiva de crédito ao trabalho em conjunto dos Três Poderes mostra intenção de atenuar os atritos entre governo e Congresso. A estabilidade institucional é fator de apoio para o apetite por risco doméstico.

Enquanto isso, no exterior, as autoridades do Fed decidiram na quarta-feira por unanimidade manter a taxa de juros na faixa de 5,25% a 5,5% em que está desde julho. E, embora o chair do Fed, Jerome Powell, tenha indicado que a inflação elevada pode atrasar o esperado corte de juros, ele se recusou a referendar discussões de que a taxa poderia na verdade ser elevada de novo.

Guilerme Esquelbek, da Correparti Corretora, disse que a fala de Powell trouxe alívio para os mercados internacionais, que recentemente adiaram ou até mesmo descartaram as apostas em afrouxamento monetário pelo banco central norte-americano neste ano.

Juros mais altos nos EUA jogam a favor do dólar, já que tornam os rendimentos norte-americanos mais atraentes para investidores estrangeiros.

Na sexta-feira, o relatório de emprego fora do setor agrícola dos EUA entrará no foco dos investidores, pois pode fornecer mais pistas sobre a saúde da economia e a necessidade de cortes de juros.

Na última sessão, o dólar à vista fechou o dia cotado a 5,1927 reais na venda, em alta de 1,52%.

Fonte: Reuters

NOTÍCIAS RELACIONADAS

Dólar oscila pouco, mas segue acima de R$5,80 com cautela antes de pacote fiscal
Minério de ferro avança com produção de aço mais forte superando dados fracos da China
Cessar-fogo entre Israel e Hezbollah entra em vigor; civis começam a voltar ao sul do Líbano
Arthur Lira acena para avanço de projetos sobre “Reciprocidade Ambiental”
CMN amplia prazo para vencimento de crédito rural em cidades do RS atingidas por chuvas
Ibovespa fecha em alta à espera de pacote fiscal; Brava Energia dispara
undefined