Fed mantém juros e sugere estagnação de movimento rumo ao equilíbrio
(Reuters) - O Federal Reserve manteve as taxas de juros estáveis nesta quarta-feira, na faixa de 5,25% a 5,50%, e sinalizou que ainda está inclinado a eventuais reduções nos custos de empréstimos nos EUA, mas avaliou as recentes leituras de inflação como decepcionantes e sugeriu uma possível estagnação do movimento em direção a mais equilíbrio na economia.
A declaração mais recente do Fed, emitida no fim de uma reunião de dois dias, manteve intactos os principais elementos de sua avaliação econômica e orientação política, observando que "a inflação diminuiu" ao longo do ano passado e enquadrando sua discussão sobre taxas de juros em torno de condições sob as quais os custos dos empréstimos podem ser reduzidos.
"O (Comitê Federal de Mercado Aberto) não espera que seja apropriado reduzir o intervalo da meta até que tenha ganhado maior confiança de que a inflação está se movendo de forma sustentável em direção a 2%", repetiu o Fed em uma declaração aprovada por unanimidade.
A dúvida sobre o momento de corte nas taxas continua, e as autoridades do Fed manifestaram enfaticamente sua preocupação de que os primeiros meses de 2024 pouco fizeram para construir a confiança que procuram na queda da inflação.
“Nos últimos meses, não houve mais progresso em direção ao objetivo de inflação de 2% do Comitê”, disse o Fed no comunicado.
Enquanto a declaração anterior, de março, sugeria uma dinâmica de melhoria, afirmando que os riscos para a economia "estão evoluindo para um melhor equilíbrio", a nova declaração sugere que o processo pode ter estagnado, com a avaliação de que os riscos "moviam-se para um melhor equilíbrio ao longo do ano passado".
A taxa básica de juros dos EUA tem sido mantida na faixa atual de 5,25% a 5,50% desde julho. Os cortes nas taxas tinham sido previstos já em março deste ano, mas foram adiados, uma vez que os dados sobre a inflação mostraram que o progresso em direção ao objetivo de 2% havia estagnado. O índice de preços de despesas de consumo pessoal, que é o medidor de inflação preferido do Fed, aumentou 2,7% em março numa base anual.
DECLARAÇÕES DE POWELL
Em entrevista coletiva após o anúncio, o chair do Fed, Jerome Powell, disse que é pouco provável que o próximo movimento na taxa de juros dos Estados Unidos seja de aumento, acrescentando que o foco do banco central norte-americano tem sido manter sua atual postura restritiva.
"Portanto, acho improvável que o próximo movimento da taxa básica seja um aumento. Eu diria que é improvável", disse, quando questionado sobre os riscos de que as taxas possam precisar subir para reduzir a inflação.
Powell também afirmou que, depois de alguma turbulência no início do ano, o Fed está agora em busca de evidências mais claras do que está acontecendo com as pressões sobre os preços.
“É apropriado receber um sinal agora e estamos recebendo um sinal” dos dados de inflação, disse.
(Reportagem de Howard Schneider)