Mercado eleva projeções para Selic em 2024 e 2025; mantém corte de 0,5 p.p. em maio
SÃO PAULO (Reuters) - Analistas consultados pelo Banco Central passaram a ver menos afrouxamento monetário este ano e no próximo, embora tenham mantido a perspectiva de novo corte de 0,5 ponto percentual na taxa básica de juros Selic na próxima reunião.
A pesquisa Focus divulgada pelo BC nesta terça-feira mostra que a estimativa para a Selic ao final de 2024 subiu a 9,50%, de 9,13% na mediana das projeções antes. Para 2025, a projeção foi a 9,0%, depois de 19 semanas em 8,50%.
A Selic está atualmente em 10,75%, e os especialistas consultados pelo BC seguem vendo que ela será reduzida a 10,25% na reunião de 7 e 8 de maio do Comitê de Política Monetária (Copom). No entanto, para o encontro seguinte, em junho, passaram a ver corte de apenas 0,25 ponto percentual, contra 0,50 ponto na última semana.
As mundaças ocorrem na esteira de comentários do presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, reforçando a incerteza sobre a política monetária e de precificação majoritária no mercado de juros indicando corte de apenas 0,25 ponto percentual da Selic em maio -- e não de 0,50 ponto, como vinha sinalizando o BC.
Na semana passada, Campos Neto apresentou diferentes cenários para o trabalho do BC à frente e citou uma eventual redução do ritmo de cortes da taxa básica de juros, sempre colocando como condicionante a evolução do nível de incerteza, principalmente no ambiente internacional.
O Focus, levantamento que capta a percepção do mercado para indicadores econômicos, apontou ainda que a expectativa para a alta do IPCA aumentou a 3,73% e 3,60% respectivamente neste ano e no próximo, de 3,71% e 3,56% na semana anterior. Para os dois anos seguintes a conta segue em 3,50%.
O centro da meta oficial para a inflação em 2024, 2025 e 2026 é de 3,00%, sempre com margem de tolerância de 1,5 ponto percentual para mais ou menos.
Para o Produto Interno Bruto (PIB), a estimativa de crescimento em 2024 melhorou em 0,07 ponto percentual, a 2,02%, enquanto que para 2025 segue em 2,0%.
(Por Camila Moreira)