Dólar ronda estabilidade antes de dados de inflação dos EUA
Por Luana Maria Benedito
(Reuters) -O dólar tinha rondava a estabilidade em relação ao real nesta quarta-feira, conforme investidores evitavam grandes apostas antes de dados de inflação norte-americanos que serão publicados no feriado de Sexta-feira Santa.
Às 10h34 (de Brasília), a moeda norte-americana à vista subia 0,05%, a 4,9865 reais na venda. Na B3, o contrato de dólar futuro de primeiro vencimento avançava 0,35%, a 4,994 reais na venda.
"O dia hoje tende a ser pouco volátil: semana curta, agenda econômica com poucos indicadores... então a gente deve ter um dia um pouco mais tranquilo", disse Matheus Massote, especialista em câmbio da One Investimentos.
Segundo ele, investidores seguem repercutindo a ata da última reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central, que mostrou na terça-feira que alguns componentes do colegiado avaliam que pode ser necessária uma redução no ritmo de cortes dos juros caso as incertezas se mantenham elevadas à frente.
Uma desaceleração do ritmo de afrouxamento pelo BC é vista como possível impulso para o real, já que isso diminuiria a velocidade de fechamento do diferencial de juros entre Brasil e Estados Unidos.
Mas, passada a ata do Copom, o foco dos investidores estava em dados de inflação dos EUA agendados para o final desta semana, quando os mercados em boa parte do mundo estarão fechados para a Sexta-feira Santa.
A expectativa é de alta de 0,3% em fevereiro do índice PCE sobre o mês anterior e de 2,8% na base anual, com analistas dizendo que qualquer número mais alto será considerado como um revés para as apostas de um corte de juros pelo Fed em junho.
De acordo com Nicolas Borsoi, economista-chefe da Nova Futura Investimentos, a fraqueza do iene colaborava para o viés de alta do dólar no mercado internacional nesta quarta-feira.
A moeda japonesa caiu para o nível mais fraco desde 1990 contra o dólar e provocou um alerta imediato do ministro das Finanças do Japão. Ele disse que as autoridades podem tomar "medidas decisivas" contra a fraqueza do iene, linguagem que ele não usa desde 2022, quando o país interveio pela última vez no mercado de câmbio.
Borsoi também chamou a atenção para a baixa dos preços de commodities importantes nesta sessão, com destaque para os contratos futuros do minério de ferro, que atingiram seus níveis mais baixos em mais de uma semana nesta sessão, pressionados por preocupações persistentes sobre a demanda na China.
O real é sensível às variações do minério de ferro, por ser um produto crucial na pauta de exportação do Brasil.
Na véspera, o dólar à vista fechou o dia cotado a 4,9839 reais na venda, em alta de 0,20%.
(Edição de Camila Moreira)